Do texto sem sentido à produção de sentidos: uma experiência de leitura na educação de jovens e adultos
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v32i53.74Palavras-chave:
Leitura. Interpretação. Inferências. Educação de Jovens e Adultos.Resumo
A leitura pode ser considerada um processo de interpretação ou tradução, se adotarmos a abordagem teórica que concebe a tradução como um processo interpretativo intralingual (GALLI, 2005). Nosso objetivo é refletir sobre a tradução intralingual enquanto atividade realizada por todos os leitores empenhados em traduzir e/ou interpretar os sentidos possíveis de um texto. Para tal, a primeira autora inventou um pequeno texto intitulado “Os Flanelmos”. Esse apresenta uma estrutura textual comum, tipicamente escolar, porém sem significado, na medida em que as palavras utilizadas como sujeitos, verbos e complementos não existem na língua portuguesa (nem em outro idioma). O texto foi apresentado a uma turma de alfabetização de alunos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), juntamente com quatro questões referentes ao texto, também sem sentido, mas com estrutura textual compatível com o texto. O primeiro ponto a destacar é que os alunos responderam as questões sem maiores dificuldades, embora não tenham compreendido o sentido do texto. Sabe-se, contudo, que as práticas escolares voltadas à leitura na EJA tendem, muitas vezes, mais à reprodução do que à reflexão sobre o lido. Assim, nem sempre a dimensão criativa da interpretação é valorizada. A partir desta experiência evidenciou-se o preponderante papel das inferências nesses processos de interpretação e/ou tradução, pois os alunos atribuíram diferentes sentidos à história, embora algumas regularidades tenham permanecido nas interpretações. Apontamos para a necessidade da escola conceber a leitura como ação interpretativa e criativa do sujeito-leitor e não meramente reprodutiva de um sentido único e pré-estabelecido pela materialidade textual.Downloads
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