O que faz a diferença entre a linguagem rica e a linguagem pobre?

Autores/as

  • José Morais Université Libre de Bruxelles

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v44i81.14574

Palabras clave:

Linguagem oral, linguagem letrada, literacia, desigualdades sociais, desigualdades educacionais, mente, capacidades cognitivas, pensamento, raciocínio

Resumen

A linguagem é considerada neste artigo como sendo, simultaneamente, um produto e um instrumento das grandes desigualdades sociais e culturais que caracterizam as sociedades humanas ditas civilizadas. A invenção da escrita conduziu ao desenvolvimento da linguagem letrada – a literacia –, mas sobretudo nas classes sociais privilegiadas. Tal como a linguagem oral, a literacia é uma capacidade cognitiva, ao mesmo título que percepção, atenção, memória, funções executivas ou de controle, pensamento, raciocínio. São aqui revistas, resumidamente, algumas das evidências da influência da literacia nestas outras capacidades cognitivas. A consequência da dinâmica suscitada pelo desenvolvimento da literacia e das suas múltiplas manifestações em sociedades que já eram muito desiguais é de fomentar cada vez mais a radicalização da dimensão riqueza-pobreza. É importante reconhecer que esta dimensão, habitualmente utilizada apenas em referência aos bens materiais, também afeta as capacidades cognitivas e, por conseguinte, a “mente”, isto é, o sistema organizado dos processos mentais.

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Publicado

2019-09-03

Cómo citar

Morais, J. (2019). O que faz a diferença entre a linguagem rica e a linguagem pobre?. Signo, 44(81), 02-21. https://doi.org/10.17058/signo.v44i81.14574

Número

Sección

Cooperação internacional na pesquisa em Linguística e Literatura