O papel que aprisiona
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v45i84.15540Palabras clave:
Papel de parede amarelo. Mulheres. Aprisionamento. Charlotte Gilman.Resumen
Este trabalho busca refletir acerca dos significados presentes no conto “O papel de parede amarelo”, de Charlotte Perkins Gilman (2017), publicado em 1892. Intenta-se, também, entender como são discutidos, no texto, os aprisionamentos das mulheres a papéis sociais. Por meio de uma narrativa em primeira pessoa, no conto é possível conhecer a história de uma personagem mulher que foi forçada ao confinamento por seu marido e médico, John. A escolha do marido em fazer isso se dá com a intenção de curá-la de uma depressão nervosa e, assim, a proíbe de fazer qualquer esforço físico ou mental. Por meio da teoria de Laqueur (2001) sobre a invenção do sexo, compreende-se que o discurso científico é apresentado no texto como uma ferramenta de poder, pelo qual mulheres eram mantidas presas aos papéis sociais de esposa e mãe. A teoria de Luce Irigaray (1992) auxilia no entendimento sobre a linguagem como meio de manutenção do patriarcado, por isso a dificuldade da protagonista em libertar-se com auxílio da escrita sobre si. Ao ficar aprisionada em um quarto decorado com um horroroso papel de parede amarelo, a protagonista fica obcecada pela estampa do mesmo, discorrendo sobre ele e seus padrões. Tal narrativa permite traçar paralelos com as situações vivenciadas por ela, enquanto mulher e esposa, e por várias mulheres, em nossa sociedade. Além disso, nela é possível perceber a imposição de papéis sociais como uma das práticas usadas pelo patriarcalismo para subjugar e determinar o comportamento feminino.Descargas
Citas
A BÍBLIA. Tradução de João Ferreira Almeida. Rio de Janeiro: King Cross Publicações, 2008. Velho Testamento e Novo Testamento.
GILMAN, Charlotte Perkins. O papel de parede amarelo. 3. ed. Trad. Diogo Henriques. Rio de Janeiro: José Olympio, 2017 [1891].
FRIEDAN, Betty. Mística feminina. Tradução de Áurea B. Weissenberg. Petropolis: Vozes Limitada, 1971.
IRIGARAY, Luce. Yo, tu, nosotras. Trad. Pepa Linhares. Madrid: Cátedra, 1992.
KRAMER, Heinrich; SPRENGER, James. O martelo das feiticeiras. Tradução de Paulo Fróes, Rose Marie Murano, Carlos Byington. 3. ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2016.
LAQUEUR, Thomas Walter. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Trad. Vera Whately. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
MILLETT, Kate. Política sexual. Tradução de Alice Sampaio; Gisela da Conceição; Manuela Torres. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1970.
SARAMAGO, José. O Evangelho segundo Jesus Cristo: romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
##submission.downloads##
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Declaro(amos) que o artigo submetido é pessoal, inédito, não representando reprodução, ainda que parcial, de obras de terceiros, assumindo a responsabilidade por todas as colocações e conceitos emitidos, bem como também autorizo(amos) sua publicação pela revista Signo, Universidade de Santa Cruz do Sul. Declaro(amos) exonerar a APESC/UNISC de todas e quaisquer responsabilidades, e indenizá-la por perdas e danos que venha a sofrer em caso de contestação (da originalidade e dos conceitos e ideias); Declaro(amos), caso o artigo seja aceito e publicado pela revista Signo, a cedência e transferência de forma definitiva e perpétua, irrevogável e irretratável, para a APESC, dos seus direitos autorais patrimoniais referentes ao artigo denominado nesta declaração, para utilização da APESC em finalidade educacional. Concordo(amos) e estou(amos) ciente(s) de que a publicação eletrônica é de livre acesso, regida com uma Licença Os autores que publicam na Signo retêm os direitos autorais de seu trabalho, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License que permite que os artigos sejam reutilizados e redistribuídos sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. A Signo é propriedade da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul e hospeda na plataforma Open Journal System. Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.