2035: a distopia verde-Vermelha-amarela de Veronica Stigger
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18264Palabras clave:
Sul, Conto, Revolução Farroupilha, Literatura Brasileira Contemporânea, DistopiaResumen
Esta pesquisa analisa o conto “2035”, do livro Sul, de Veronica Stigger, em seu lugar limítrofe entre os dados históricos da Revolução Farroupilha e o imaginário construído sobre esses no sistema literário sul-rio-grandense. Revisa-se, primeiro, como a Guerra dos Farrapos foi representada literariamente ao longo do tempo e discute-se, em seguida, a partir de matérias de jornais, como, na contemporaneidade, há a cristalização de uma interpretação plastificada da Revolução. Então, investiga-se como o conto de Stigger dialoga com o histórico de obras retomado e também com manifestações da discursividade contemporânea, focalizando a reorganização do imaginário construído sobre a Revolução, que, no interior da narrativa, tem seu sentido ideal subvertido, escancarando “um outro lado do mito”. Os resultados apontam que Veronica Stigger, em “2035”, propõe um “imaginário negativo” da Revolução Farroupilha, agregando um filtro distópico ao que seria o ano de seu bicentenário; assim, a ode aos supostos valores republicanos de liberdade e de igualdade dos combates farroupilhas dá espaço para uma representação que escancara os interesses elitistas dos idealizadores da Revolução, a faceta não vitoriosa do combate, o sangue derramado nesse período histórico e certo bairrismo místico que sempre se faz presente ao evocar do histórico farroupilha.
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