Renovando a tradição pelos caminhos da intertextualidade
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v31i0.435Palabras clave:
Tradição literária. Contos de fadas. Intertextualidade. Reescritura.Resumen
A revisão e a subversão dos contos de fadas e de outros textos canônicos realizadas por Angela Carter, Stevie Smith, Liz Lochhead e Anne Sexton, entre outras, se constituem na desconstrução/reconstrução da narrativa masculina através da qual é conferida uma nova forma literária, mas também uma nova voz à figura da mulher. Através da transposição diegética e da paródia, vão se modificando diversos elementos presentes na narrativa dos contos de fada tradicionais e de outros textos “canônicos”, o que produz uma transvalorização, isto é, uma transformação de natureza axiológica de seu primitivo horizonte cultural e de sentido. Essa revisão envolve também o nível lingüístico e as estruturas superficiais, porém sem nunca perder de vista a relação intertextual com os textos originais, questionando preconceitos e discriminação da figura feminina. Isso vem demonstrar que as mulheres estão criando uma literatura própria na qual histórias de mulheres são narradas do ponto de vista feminino.Transcendendo o sistema dicotômico-binário de gênero, que produziu relações seculares e históricas de poder, a escritura feminina reconstrói o conceito de diferença e de sujeito, provocando a ruptura do discurso hegemônico masculino, conferindo novo significado ao conceito de cultura. Observa-se, ainda, que o objetivo maior dessas re-escrituras não é simplesmente demolir uma tradição que perpetuou mitos e ideais patriarcais, mas evidenciar seus limites, suas lacunas e seus desvios, a fim de permitir que a tradição se renove, satisfazendo assim a dupla exigência de revisão e de continuidade em relação ao passado, pelos amplos caminhos da intertextualidade.Descargas
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