A mulher negra como musa no Brasil dos anos 1990: a agenda feminista e o imaginário compartilhado através da música Requebra da Banda Olodum
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v40i68.4992Palabras clave:
Análise do Discurso. Banda Olodum. Mulher Negra. Feminismo. Estudos de Gênero.Resumen
A partir de uma análise discursiva da letra da composição musical Requebra, gravada pela Banda Olodum nos anos 1990, é possível encontrar sentidos em convergência ideológica deste texto com uma das agendas de feministas afro-brasileiras, identificando o potencial destas mulheres como musas. A construção desta identidade demarca uma diferença radical de posicionamento discursivo em relação às demandas gerais do Movimento Feminista articulado por mulheres que não são negras. O presente estudo parte de pressupostos teóricos da Análise de Discurso, ao considerar aspectos das articulações inerentes à letra da música como produtores de um efeito de sentido. O contexto histórico se configura como constitutivo dos saberes inscritos nos enunciados dispostos em uma dada memória discursiva. Inserida na indústria cultural, a divinização da mulher negra, no Brasil, é um sentido produzido por artistas de blocos afro-baianos, que disseminam enunciados a serem inscritos no imaginário nacional. Tratar-se-á de uma análise de um fenômeno que modela a memória de um grupo, sob a influência de discursos dispersos em determinados tempos e espaços, produzidos como efeito da materialidade polissêmica da linguagem.Descargas
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