K. – relato de uma busca: a ficção a serviço da revisão da história nacional
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v1i1.7331Palabras clave:
Bernardo Kucinski. K. – relato de uma busca. Ficção. História.Resumen
O artigo analisa o romance K. – Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski, para avaliar a contribuição dos eventos históricos, presentes na obra, no processo de consolidação da narrativa que, como manifestação artística, estimula seu leitor a vivenciar, por meio da ficção, o período da ditadura militar no Brasil. A obra narra a experiência de um pai que se depara com o desaparecimento da filha, professora de Química da USP, em 1974, e se confronta com o sentimento de culpa, com a dor da perda e com a angústia de uma busca infrutífera por informações sobre o ocorrido. As personagens centrais do romance são o próprio pai e a filha e, sobre ambos, o escritor busca, em sua memória, eventos fulcrais para revesti-los de ficcionalidade. Dessa maneira, ele proporciona ao leitor um acesso diferente daquele do registro histórico sobre esse período da história do país. Assim, aparecem, na obra, elementos do contexto geográfico, histórico e social, além da referência a personalidades, o que confere uma pseudoveracidade à narrativa e, ao mesmo tempo, potência e autoridade para impor-se como meio que expõe singular compreensão da ditadura. Nesse sentido, justifica-se a investigação, que identifica, no texto, remissões ao mundo extratextual, para verificar o tratamento estético que lhes foi conferido, ao entranhá-las na teia ficcional. Portanto, a comunicação colabora com as discussões atuais sobre a constituição do texto literário, especialmente no que tange à correlação entre Literatura e História.Descargas
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