Kate Millet, Sexual Politics e os diálogos entre diferentes paradigmas e ondas feministas

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.17058/signo.v45i84.15579

Mots-clés :

Kate Millet, Sexual Politics, Histórias das teorias feministas

Résumé

Este artigo revisa os impactos do livro Sexual Politics (1970), de Kate Millet para a área dos estudos feministas e de gênero nas décadas que seguiram sua publicação, ou seja, os anos setenta, principalmente em pesquisas desenvolvidas no campo literário. A proposta é apontar os indícios que Millet apresenta naquele momento quanto à pluralidade que futuramente viria a marcar de forma determinante os conceitos de ‘mulher’/ ‘mulheres’ dentro das teorias feministas. Millet busca demonstrar como se organizou a revolução sexual no contexto anglo-americano, branco e, em sua maioria, heterossexual, mas por um panorama bastante pormenorizado. Dessa forma, através da rediscussão de seu texto, busco colocar o mesmo em diálogo com a produção de outras teóricas que revisaram as estórias do feminismo pela perspectiva histórica, como Clare Hemmings e a produção teórico-crítica das mulheres de cor estadunidenses, principalmente de Anzaldúa. A partir destes diálogos concluo que, ainda que o foco central de Millet não tenha sido a explosão da categoria ‘mulher’, através da visão de diferentes agendas revolucionárias, as pluralidades que marcariam a construção do sujeito do feminismo já permeavam seu texto, ideia que só mais tarde se tornaria central ao pensamento feminista.

Téléchargements

Biographie de l'auteur-e

Liane Schneider, Universidade Federal da Paraiba

Atuo no Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal da Paraíba e no Programa de Pós-Graduaçao em Letras da UFPB

Références

ANZALDUA, Gloria (ed.). Making face, making soul: creative and critical perspectives by feminists of color. San Francisco: aunt lute books, 1990.

HEMMINGS, Clare. Contando estórias feministas. Trad. Ramayana Lira. Estudos Feministas, Florianópolis, 17(1): 296, janeiro-abril, 2009, p. 215 – 241.

FRIEDAN, BETTY. A mística feminina. Trad. Áurea B Weissenberg. Petrópolis/RJ: Ed. Vozes Ltda, 1971.

FUNCK, Susana B. Prefácio in SCHNEIDER, Liane. Escritoras indígenas e a literatura contemporânea dos EUA. João Pessoa: Ed. UFPB, 2008.

LAURETIS, Teresa de. Tecnologies of gender. Indianapolis, Indiana University Press, 1987.

MILLET, Kate. Sexual politics. New York: Ballantine books, 1970.

MINH-HÁ, Trinh T. Woman, native, other: writing postcoloniality and feminism. Bloomington: Indiana University Press, 1989.

MORAGA, Cherrie & ANZALDUA, Gloria (eds.). This bridge called my back: writings by radical women of color. Latham, New York: Kitchen Table Press, 1983.

PHOENIX, Ann. (Re)constructing gendered and ethnicised identities: are we all marginal now? Utrecht, 1998. Aula inaugural na Faculdade de Humanidades de Utrecht.

SCHNEIDER, Liane. Marge Piercy's and Doris Lessing's female subjects: the politics of representation. Dissertação de mestrado. Porto Alegre: UFRGS, 1996.

_____. Escritoras indígenas e a literatura contemporânea dos EUA. João Pessoa: Ed. UFPB, 2008.

_____. “Contando estórias feministas” e a reconstrução do feminismo recente. Estudos Feministas, Florianópolis, 17(1): 296, janeiro-abril, 2009, p. 251-263.

TRUTH, Sojourner. “Ain’t I a woman?” In: GILBERT, Sandra & GUBAR, Susan (eds.) The Norton anthology of literature by women. 2nd ed. New York: W.W. Norton & Company, 1996, p. 370.

Téléchargements

Publié-e

2020-09-01

Comment citer

Schneider, L. (2020). Kate Millet, Sexual Politics e os diálogos entre diferentes paradigmas e ondas feministas. Signo, 45(84), 2-11. https://doi.org/10.17058/signo.v45i84.15579