Machado de Assis e a música: uma análise do conto “Trio em lá menor”

Auteurs-es

  • Maria Inês Werlang Ghisleni

DOI :

https://doi.org/10.17058/signo.v33i0.611

Résumé

No conto “Trio em lá menor”, Machado de Assis utiliza elementos da teoria musical para designar, a partir do título, cada uma de suas partes: I Adagio cantabile, II Allegro ma non troppo, III Allegro appassionato e IV Minueto, relacionando-as ao próprio enredo do conto. Percebe-se ainda o intuito do autor de traduzir o que se passa no interior das personagens através da música. Maria Regina, protagonista da história, amava dois homens ao mesmo tempo: Maciel com 27 anos e Miranda de 50 anos. Desse cenário surge o triângulo amoroso. Na seqüência dos relatos, há a correspondência dos significados musicais com os acontecimentos, em cada uma das partes da narrativa. Há a presença permanente da sonata, como fundo musical durante todo o texto. Maria Regina não conseguia escolher entre os dois pretendentes porque ambos não a satisfaziam individualmente. Amava um ser ficcional que continha as características positivas de ambos. A indecisão de Maria Regina aborreceu aos dois homens até que perderam as esperanças e desistiram. Só, fitando o céu em busca de uma estrela dupla, Maria Regina incapaz de alcançar o astro esplêndido olha para dentro de si mesma e descobre duas grandes luzes. Em sonho, ouve que sua pena seria oscilar por toda a eternidade entre dois astros incompletos. Sua vida, uma eterna busca pela perfeição, seria sempre acompanhada do som da sonata do absoluto. Na medida em que a leitura transcorre emerge dos eventos e do conto todo um melhor entendimento do sentido da narrativa de Machado de Assis relacionado ao conhecimento da música.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Téléchargements

Publié-e

2008-11-27

Comment citer

Ghisleni, M. I. W. (2008). Machado de Assis e a música: uma análise do conto “Trio em lá menor”. Signo, 33, 88-98. https://doi.org/10.17058/signo.v33i0.611

Numéro

Rubrique

Leitura, intertextualidade e recepção