Mulheres empilhadas: narrativas da resistência
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18181Palavras-chave:
Mulheres empilhadas, violência doméstica, feminicídio, crítica feministaResumo
O objetivo deste artigo é desenvolver uma leitura reflexiva do romance Mulheres empilhadas (2019), de Patrícia Melo, a partir da crítica feminista. O tema central da narrativa é a violência contra as mulheres em suas diversas faces, particularmente a violência doméstica e o feminicídio. A cada capítulo, o livro desempilha corpos de mulheres revelando histórias marcadas por estruturas simbólicas, socioculturais e políticas de hierarquias sexistas que sustentam e naturalizam práticas de violências contra as mulheres. A hipótese sustentada é a de que Mulheres empilhadas é um projeto ético e estético que põe em evidência as lutas e os enfrentamentos que ainda precisam ser travados contra os discursos e as práticas patriarcais que insistem em invisibilizar, subalternizar e matar as mulheres. Como suporte teórico utilizamos Carole Pateman (1993), Judith Butler (2019), Rita Segato (2005) entre outros.
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