As doenças respiratórias, principalmente as pulmonares sendo elas agudas ou crônicas, apresentam importância no que tange aos altos índices de mortalidade e incidência. Entre as patologias que mais acometem a população, podemos citar três, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), Câncer de Pulmão (CP) e Tuberculose (TB). Tais doenças compartilham uma característica quanto à etiologia, onde o fator causal é multifatorial, incluindo fatores genéticos e ambientais. Levando em consideração os fatores genéticos, correlaciona-se a existência de diversos mecanismos associados a polimorfismos de genes específicos que irão promover uma maior atividade inflamatória levando a progressão das enfermidades, podendo ser este um ponto importante para a susceptibilidade às doenças dependentes destes mecanismos. A avaliação de modificações em genes relacionados a processos inflamatórios, como Interleucina 6 (IL6) e o fator de necrose tumoral (TNFa), bem como o gene do receptor de vitamina D (VDR), pode ser um passo importante para demonstrar a modificação do risco individual a certos agentes agressores. O objetivo desse trabalho foi o de associar a presença de polimorfismos nucleotídeo único (SNP) em genes que codificam citocinas de caráter pró-inflamatório (IL6 e TNFa) e de receptor de vitamina D (VDR) com susceptibilidade de indivíduos a doenças pulmonares. Foi realizado um estudo do tipo caso-controle avaliando quatro grupos distintos, sendo 50 indivíduos com DPOC, 52 com CP, 67 sujeitos com TB e por fim um grupo controle composto por 65 indivíduos. Tais indivíduos provinham do Hospital Santa Cruz e Hospital Ana Nery, destes pacientes foi realizada a coleta de dados epidemiológicos, como gênero, etnia, idade e amostras de sangue periférico para realização de extração do DNA e genotipagem de polimorfismos dos genes IL6 -174G/C (rs1800795), TNFa -308G/A (rs1800629) e VDR FokI (rs2228570) através da técnica de PCR tempo real. A comparação entre as variáveis categóricas foi realizada por teste exato de Fischer e entre as variáveis contínuas, teste t-student.  Houve maior frequência do sexo masculino (56% DPOC, 71,2% CP e 65,5 TB), exceto pelo grupo controle (44,6%). Ao avaliar a etnia pode-se perceber a prevalência dos indivíduos que se autodeclararam brancos, 80% (DPOC), 86,5% (CA pulmão) e o grupo controle (100%), diferindo apenas o grupo com TB (38,2%). Quanto à média de idade, os casos apresentaram médias semelhantes para DPOC, CA Pulmão e para os sujeitos controle, com idade adulta avançada. A média de idade dos pacientes com TB foi menor (p<0,05). Não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos quando comparadas frequências alélicas e genotípicas, ao avaliar os alelos e genótipos considerados de risco, não foi observado uma distribuição a um grupo especifico, pois as frequências foram semelhantes. A presença de polimorfismos nos genes alvo deste estudo proporcionaria uma maior produção destas citocinas favorecendo o aumento de processos inflamatórios que estariam conduzindo a progressão das doenças, e no caso do receptor de vitamina D tal SNP permitiria a diferenciação celular, promovendo a carcinogênese e crescimento intracelular do M. tuberculosis. Entretanto, em nosso estudo não foi possível observar diferença entre grupos quanto à presença do polimorfismo e susceptibilidade a doenças pulmonares. Em suma, sugere-se o aumento do número amostral para a comprovação destes eventos.