A representação da mulher na literatura contemporânea: crítica e estereótipo em o Livro de Praga: Narrativas de Amor e Arte, de Sérgio Sant'anna

Virgínea Novack Santos da Rocha

Resumo


RESUMO: Esse trabalho tem como objetivo analisar a representação das mulheres no “Livro de Praga: narrativas de amor e arte”, de Sergio Sant’anna, e perceber, portanto, o papel social da mulher na narrativa. Os estudos de representação de gênero tem se apresentado em duas direções: A autoria feminina e a construção das personagens. Esse trabalho focar-se-á na questão da construção das personagens, porém levando em consideração o fato de o texto não ser de autoria feminina. Portanto, como se pode observar na literatura, os papeis desempenhados pelas mulheres ocupam normalmente uma ou mais das hastes do tripé dona de casa, mãe e esposa e são, normalmente, constituídas como personagens secundárias. No entanto, no livro de Sant’anna, apesar de ainda desempenharem um papel secundário, apresentam uma aparente mudança de representação na narrativa. Essas personagens por sua vez, normalmente, trabalham como “a pianista” e “a tenente” e ainda, o que mais difere do resto da representação das mulheres, apresentam-se como seres sexualmente ativos rompendo com o estereotipo preestabelecido de seres assexuados. No entanto, após uma analise mais cuidadosa do texto percebe-se que as personagens, apesar de sua aparente “liberdade”, são coisificadas e reduzidas a seres frágeis, como é o caso da “suicida”, que precisa da proteção do personagem principal- homem- ou, ainda, novamente a personagem “a pianista” e agora também “a garota com o texto tatuado” são “vendidas” por seus “chefes”- também homens. Portanto, a aparente liberdade que é apresentada as personagens desfaz-se com uma analise mais cuidadosa e o que se apresenta novamente é a noção estereotipada de mulher.

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