Narrativa de estelionato: conto do bilhete na região do Vale do Rio Pardo
Resumo
RESUMO: O trabalho realiza um levantamento no arquivo do jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul, sobre a incidência do Conto do Bilhete nas cidades da Região do Vale do Rio Pardo (entre 2006 e 2010, inclusive). Com base nas histórias publicadas pelo jornal, busca identificar marcas das narrativas e da argumentação retórica nos golpes aplicados. Após essas etapas, o trabalho busca identificar um roteiro em comum que pode ser responsável por persuadir as vítimas. As pessoas lesadas pelo Conto do Bilhete submetem suas ações às marcas das narrativas do golpe por acreditar que terão algum tipo de vantagem financeira. O trabalho recorre aos aspectos teóricos da retórica, devido à utilização de argumentação nas histórias (por parte dos golpistas, mas também da própria vítima). Busca também uma explicação para esses eventos em textos ficcionais de Machado de Assis e na Bíblia. A hipótese é de que, diferente de outros crimes, o golpe aqui em estudo usa emoções da vítima contra ela própria, por meio de uma narrativa construída com esse propósito. Ou seja, cria-se uma atmosfera própria para a realidade que realinha razões e colabora para que a vítima acredite na mentira e aceite as ordens dadas, ou as mensagens dentro de um discurso, mesmo recheado de falácias. São palavras que ativam a imaginação da vítima e acabam por conduzir o processo contra ela mesma.
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