"Cinema e Futebol: O personagem na narrativa"

Luís Gustavo Finger de Oliveira, Daniel Machado, Fabiana Piccinin

Resumo


RESUMO: O presente propõe a investigação da narrativa do futebol no cinema e a questão da configuração do herói. Tanto o futebol quanto o cinema, ao longo de suas trajetórias, percorreram caminhos muito semelhantes até alcançarem o status de entretenimento por grande parte da população no século XXI. Em meados do fim do século XIX, o futebol e cinema chegaram ao Brasil, destinados da Europa, como atividades da elite. Porém, com o passar dos anos, as duas formas de entretenimento atraíram a população brasileira e, nos anos dez, o futebol estava espalhado de norte a sul do país e no mesmo período, o cinema produziu cerca de dezenas de filmes por ano, com um público sempre crescente. Neste contexto, entre os destaques do futebol nacional, dois grandes mitos se destacaram nas décadas de 40, 50 e 60, sendo eles dois ídolos que se sucederam no botafogo: Heleno e Garrincha. Em razão disso, através da produção cinematográfica nacional sobre a história de vida desses jogadores busca-se, neste artigo, analisar os filmes e a narrativa, bem como, o modo de construção dos personagens e o mito do herói, por meio de autores como Beth Brait, Campbell, Forster, Kothe, Maciel e Pallottini. Para executar a pesquisa, a metodologia utilizada foi baseada na análise dos personagens e neles o conceito do herói, a partir da teoria da narrativa no estudo dos filmes “Heleno” dirigido por José Henrique Fonseca no ano de 2011 e “Garrincha” do diretor Milton de Alencar e lançado em 2003. Para observação dos filmes foram selecionados marcas resultantes de uma análise empírica preliminar presentes em ambos os filmes e relacionados à performance dos personagens – heróis, como por exemplo, a relação dos mesmos com o futebol, a fama, os relacionamentos, o declínio/doenças. No decorrer da pesquisa, até o momento, observa-se que ambos os protagonistas são apresentados no filme como personagens redondas, conforme os pressupostos da teoria da narrativa. Ou seja, apresentam-se de forma complexa e sobretudo, experimentando, após seus grandes feitos, derrotas na vida pessoal e amorosa por conta de suas próprias escolhas. A análise das duas narrativas fílmicas apontam assim, para o tanto de humano das personagens e as consequentes limitações decorrentes disto, configurando um tipo de herói multifacetado e composto pelas glórias na vida pública e por muitos desafios e problemas nas questões pessoais.

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