A Narrativa Dentro Da Narrativa: A Violência Contada Pelas Personagens De La Hora Azul
Resumo
RESUMO: A novíssima literatura, considerada também como literatura do pós-boom, revela, no cenário latino-americano, um cruel retrato social. Apesar de apresentar conceitos imprecisos, a narrativa produzida a partir dos da década de 70 suscita reflexões sobre questões relacionadas à violência e aos conflitos internos. Na medida em que tais textos mesclam ficção e realidade, é possível constatar que são, também, documentos históricos. A novela do escritor peruano Alonso Cueto, La hora azul, publicada em 2005 e ganhadora do prêmio Herralde, expõe as atrocidades ocorridas no Peru, oriundas da guerra entre o Sendero Luminoso e o Estado nos anos 80. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar alguns recortes que ilustram as inúmeras narrativas apresentadas pelas personagens sobre o terrorismo vivenciado neste período. Desta maneira, primeiramente apresentaremos alguns aspectos característicos da novíssima literatura hispano-americana. Em seguida, realizaremos um breve apanhado da obra e do contexto social peruano retratado de maneira ficcional. Finalmente, passaremos a analisar as micronarrativas inseridas no enredo e seus efeitos de sentido na caracterização da violência vivenciada pela população peruana. Nossa intenção é caracterizar esse clima de dor e de medo através de fragmentos da novela, considerando a significação gerada para o todo da obra e a subjetividade das personagens expressa através da maneira de descrever suas emoções e sentimentos. Nessa perspectiva, a interpretação revelará as características mais evidentes da literatura do pós-boom e exporá a tentativa de muitos escritores em examinar e registrar a violência ocorrida no Peru, contribuindo para que a memória do povo e dos leitores seja invadida por momentos de reflexões e de desejos de que o terrorismo seja abolido de nossa sociedade.
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