ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA DO CUIDADOR DE IDOSOS PORTADORES DA DOENÇA DE ALZHEIMER
Resumo
Considerando o significativo aumento da população idosa e os consequentes problemas que surgem em decorrência da degeneração natural inerente a este processo de envelhecimento, o presente trabalho visou obter material bibliográfico sobre a doença de Alzheimer (DA). Em virtude da longevidade, o contingente de pessoas que enfrentam algum tipo de demência também é bastante significativo. Assim, os idosos acometidos por alguma demência demandam um cuidado contínuo (24h diárias), em geral prestado por familiares, normalmente esposas ou filhas do idoso dependente. Verificou-se que grande parte desde cuidadores familiares sofrem com o estresse decorrente do cuidado diuturno de um idoso dependente. O objetivo deste trabalho é promover uma discussão sobre os fatores que influenciam o surgimento do estresse em cuidadores de idosos portadores da doença de Alzheimer e o quanto esse cuidado pode ser prejudicial à qualidade de vida e engajamento social de quem cuida. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica onde foram levantados materiais sobre o tema. Os textos foram extraídos da biblioteca online Scielo e de livros publicados no período de 2006 a 2012. Como descritores foram usadas as palavras "cuidadores; doença de Alzheimer; rede de apoio social" para busca dos artigos e livros. A busca se deu no primeiro semestre de 2012 e foram encontrados 34 artigos no Scielo neste período e 14 livros na biblioteca da Universidade de Santa Cruz do Sul. Em posse deste material, verificou-se a presença expressiva de falas sobre o estresse dos cuidadores. Deste modo, foram selecionados 16 artigos que falam mais especificamente sobre o tema aqui abordado. As publicações trazem que a maioria dos cuidadores são do sexo feminino (esposas ou filhas) e que moram com o idoso, fato este que já é considerado um fator gerador de estresse em razão do cuidado tornar-se contínuo. Não possuir ajuda de outros membros da família para ajudar nas tarefas diária e/ou revezar os cuidados apareceu como a principal fonte de estresse para os cuidadores principais que, além de desenvolverem sobrecarga física e emocional devido ao acúmulo de funções, também acabam se isolando socialmente por não ter com quem deixar o idoso. As dificuldades financeiras que a família enfrenta é outro fator estressante para o cuidador, que tem, muitas vezes, seu orçamento reduzido pela impossibilidade de trabalhar em casa e suas despesas aumentadas pelos gastos com medicamentos, adaptações no ambiente físico, alimentação e outros cuidados especiais que o idoso demanda. As mudanças na rotina do cuidador, o fato de acompanhar a degeneração do idoso diante das mudanças neurológicas e comportamentais características da doença e, o medo que os cuidadores carregam em ser um futuro dependente, são fatores que contribuem para o abalo emocional dos cuidadores. No entanto, apesar dos prejuízos que a prestação de cuidado a uma pessoa dependente pode causar, também se encontram aspectos positivos no ato, como a satisfação em cuidar de quem se ama e a gratificação pessoal. Mediante o exposto, acreditamos ser importante trabalhos dirigidos a esses cuidadores que, frequentemente, estão desassistidos em sua tarefa, sem ter com quem dividir seus medos e angústias. Sabe-se que, assim como os prejuízos decorrentes da doença nos idosos afetam sobremaneira seus cuidadores, abalos na saúde dos cuidadores, igualmente afetam a qualidade do cuidado que estes prestam aos idosos.
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