MONITORAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE FLORESTAMENTO COM EUCALYPTUS EM SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL
Resumo
"Plantas daninhas", ou "plantas invasoras", referem-se basicamente a plantas que germinem espontaneamente em áreas de interesse humano e que, de alguma forma, interfiram prejudicialmente nas atividades do homem. Em áreas agrícolas e de florestamento, pode-se destacar a competição por água, luz e nutrientes, alelopatia, atuação como hospedeiras intermediárias e patógenos e o aumento de riscos de incêndios. Além desses fatores, há, também, o aumento progressivo nos custos de mão-de-obra necessária para as operações de limpeza e manutenção das áreas invadidas. No plantio de Eucalyptus sp, a interferência imposta pelas plantas invasoras é mais severa, principalmente na fase inicial de crescimento, ou seja, do plantio até cerca de um ano de idade. O gênero Eucalyptus faz parte da família Myrtaceae e envolve mais de 600 espécies que estão adaptadas a diferentes climas e solos, sendo originária, a maior parte das espécies, da Austrália, podendo ser utilizadas para diferentes finalidades. O uso mais comum é o aproveitamento da madeira como lenha, postes, moirões de cerca, construções rurais, produção de madeira serrada, fabricação de painéis e fabricação de papel e celulose. A pesquisa teve como objetivo estudar as principais plantas invasoras que ocorrem em um plantio de espécies diferentes de eucalipto, para avaliar o impacto do plantio sobre a vegetação existente, bem como um futuro controle biológico destas plantas. A área do levantamento pertence à empresa Japan Tobacco International (JTI), localizada em Cerro Alegre Baixo, interior de Santa Cruz do Sul, RS. As amostras foram realizadas nos dias 30/01/2013, representando a estação de verão, e 09/04/2013, representando o outono. Na área do plantio de eucalipto definiram-se aleatoriamente nove quadrados (cinco por cinco metros.). O método fitossociológico utilizado foi o de Braun-Blanquet. O material coletado foi levado ao Laboratório de Botânica, sendo elaboradas exsicatas, identificadas as espécies conforme bibliografia específica e tombadas no Herbário-HCB da Universidade de Santa Cruz do Sul. As plantas daninhas mais abundantes no verão foram as da família Poaceae, Centella asiatica, Eryngium elegans e Cyclospermun leptophylum; família Convolvulaceae, Ipomoea sp., I. indivisa, I. triloba e Dichondra serica; família Asteraceae, Calea uniflora, Capoluclinium macrocepalum, Vernonia nudiflora, Solidago chilensis e Vernonanthera tweedieana; e família Apiaceae, Paspalum dilatatum, Eragrostis airoides, Setaria parviflora, S. geniculata e Digitaria horizontalis. No levantamento de outono foram encontradas as mesmas famílias com pouca diferença de espécies, a saber, Poaceae, Imperata brasiliensis, e Eragrotis sp.; Convolvulaceae, Ipomoea sp.; Asteraceae, Eupatorium sp., Aspilia sp., e Mikania cordifolia; e família Apiaceae, Eryngium ebracteatum e E. horridum. Nota-se pouca mudança em relação às espécies nas duas estações, provocado provavelmente pelo solo ser arado periodicamente. Comparado com a vegetação original, antes da implantação do florestamento, a vegetação mudou drasticamente, dando espaço para poucas espécies, principalmente plantas invasoras e pioneiras.
Apontamentos
- Não há apontamentos.