MONITORAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE FLORESTAMENTO COM EUCALYPTUS EM SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL

SAMUEL AUGUSTO DA SILVA, EDUARDA NAUJORKS GARCIA, JAIR PUTZKE, ANDREAS KOHLER

Resumo


"Plantas daninhas", ou "plantas invasoras", referem-se basicamente a plantas que germinem espontaneamente em áreas de interesse humano e que, de alguma forma, interfiram prejudicialmente nas atividades do homem. Em áreas agrícolas e de florestamento, pode-se destacar a competição por água, luz e nutrientes, alelopatia, atuação como hospedeiras intermediárias e patógenos e o aumento de riscos de incêndios. Além desses fatores, há, também, o aumento progressivo nos custos de mão-de-obra necessária para as operações de limpeza e manutenção das áreas invadidas. No plantio de Eucalyptus sp, a interferência imposta pelas plantas invasoras é mais severa, principalmente na fase inicial de crescimento, ou seja, do plantio até cerca de um ano de idade. O gênero Eucalyptus faz parte da família Myrtaceae e envolve mais de 600 espécies que estão adaptadas a diferentes climas e solos, sendo originária, a maior parte das espécies, da Austrália, podendo ser utilizadas para diferentes finalidades. O uso mais comum é o aproveitamento da madeira como lenha, postes, moirões de cerca, construções rurais, produção de madeira serrada, fabricação de painéis e fabricação de papel e celulose. A pesquisa teve como objetivo estudar as principais plantas invasoras que ocorrem em um plantio de espécies diferentes de eucalipto, para avaliar o impacto do plantio sobre a vegetação existente, bem como um futuro controle biológico destas plantas. A área do levantamento pertence à empresa Japan Tobacco International (JTI), localizada em Cerro Alegre Baixo, interior de Santa Cruz do Sul, RS. As amostras foram realizadas nos dias 30/01/2013, representando a estação de verão, e 09/04/2013, representando o outono. Na área do plantio de eucalipto definiram-se aleatoriamente nove quadrados (cinco por cinco metros.). O método fitossociológico utilizado foi o de Braun-Blanquet. O material coletado foi levado ao Laboratório de Botânica, sendo elaboradas exsicatas, identificadas as espécies conforme bibliografia específica e tombadas no Herbário-HCB da Universidade de Santa Cruz do Sul. As plantas daninhas mais abundantes no verão foram as da família Poaceae, Centella asiatica, Eryngium elegans e Cyclospermun leptophylum; família Convolvulaceae, Ipomoea sp., I. indivisa, I. triloba e Dichondra serica; família Asteraceae, Calea uniflora, Capoluclinium macrocepalum, Vernonia nudiflora, Solidago chilensis e Vernonanthera tweedieana; e família Apiaceae, Paspalum dilatatum, Eragrostis airoides, Setaria parviflora, S. geniculata e Digitaria horizontalis. No levantamento de outono foram encontradas as mesmas famílias com pouca diferença de espécies, a saber, Poaceae, Imperata brasiliensis, e Eragrotis sp.; Convolvulaceae, Ipomoea sp.; Asteraceae, Eupatorium sp., Aspilia sp., e Mikania cordifolia; e família Apiaceae, Eryngium ebracteatum e E. horridum. Nota-se pouca mudança em relação às espécies nas duas estações, provocado provavelmente pelo solo ser arado periodicamente. Comparado com a vegetação original, antes da implantação do florestamento, a vegetação mudou drasticamente, dando espaço para poucas espécies, principalmente plantas invasoras e pioneiras.


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