AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE LABORATÓRIO SOBRE AMOSTRAS PARA REALIZAÇÃO DO EXAME DE BACILOSCOPIA PARA IDENTIFICAÇÃO DO M. TUBERCULOSIS

CAROLINE BUSATTO, ANA CRISTINA WEBER BAVARESCO , ANA JULIA REIS, BRUNA FRANKE, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


A tuberculose (TB) continua sendo, mundialmente, um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle, considerando aspectos humanitários, econômicos e de saúde publica. Os doentes bacilíferos, isto é, aqueles cuja baciloscopia de escarro é positiva, são a principal fonte de infecção. A baciloscopia ou exame microscópico é a pesquisa de Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR) em um esfregaço de amostra clínica, preparado e corado com metodologia padronizada. Apesar dos avanços tecnológicos na micobacteriologia, a baciloscopia, continua sendo particularmente importante no combate da tuberculose por ser de baixo custo e por detectar casos bacilíferos, ou seja, casos infecciosos de tuberculose pulmonar, responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão. Dessa forma, no Brasil, para o diagnóstico laboratorial dos pacientes sintomáticos respiratórios (SR) que procuram os serviços de saúde com tosse e expectoração há mais de três semanas e constituem os casos suspeitos de tuberculose, é importante a realização da baciloscopia visando a detectar os casos infecciosos de tuberculose pulmonar. Sendo assim o objetivo do seguinte trabalho foi realizar um levantamento de dados quantitativos, quanto aos cuidados dos profissionais em relação aos passos determinados pelo Ministério da Saúde para realização da baciloscopia, identificando o impacto destas ações no diagnóstico de TB. Um estudo descritivo foi realizado em um Laboratório de Análises Clínicas de Santa Cruz do Sul no mês de agosto de 2013. Os funcionários do laboratório foram entrevistados e responderam questões referentes ao processo laboratorial para diagnóstico bacterioscópico da TB. Análises descritivas foram realizadas. Foram entrevistados 9 funcionários, dos quais 8 (88%) relataram lavar as mãos, durante o período de trabalho, mais de dez vezes por dia, 7 (77%) usam equipamentos de proteção individual, assim como 6 (66%) afirmaram não ter recebido treinamento para qualificar o processo de realização da baciloscopia. Com relação ao tipo de amostra adequada para realização do exame, 8 (88%) responderam corretamente que a amostra mucopurulenta é a mais adequada, entretanto, quando mostradas as fotografias das amostras, 7 (77%) associaram corretamente o tipo de amostra mucopurulenta com a fotografia apresentada. Quando questionados a respeito das amostras inadequadas, 7 (77%) responderam que não rejeitam, por não ter autonomia no Laboratório. Nota-se um considerável acerto na classificação das amostras, sendo que a maioria dos entrevistados não receberam treinamento. Porém, mesmo sabendo que a amostra inadequada é mandada para análise, o que favorece a um diagnóstico errôneo. Pela TB ser um problema grave de saúde, a melhoria na qualidade da amostra é fundamental para o diagnóstico precoce e eficaz. É necessário haver um olhar diferencial para a fase pré-analítica que engloba a coleta do material levado para análise laboratorial quanto à sua qualidade, pois este pode comprometer totalmente o processo e, assim, também o diagnóstico, tendo em vista a avaliação da intervenção de amostras nesta fase.


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