LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE PLANTAS INFESTANTES EM LAVOURAS DE TABACO (NICOTIANA TABACUM L.) NO RIO GRANDE DO SUL

EDUARDA NAUJORKS GARCIA, SAMUEL AUGUSTO DA SILVA, JAIR PUTZKE, ANDREAS KOHLER

Resumo


As plantas daninhas são comuns em cultivos, lavouras e em terrenos baldios. Através do manejo pode se ter um controle diminuindo ou eliminando por certo período plantas arbustivas e herbáceas que competem em busca de nutrientes, luz e umidade. Como o cultivo do tabaco se tornou fonte de renda para muitos agricultores na região de Santa Cruz do Sul e em diversas cidades ao seu entorno, tornou-se importante o estudo das plantas invasoras, já que o controle dos mesmos no plantio se trata cada vez mais complicado. Com o intuito de realizar um levantamento fitossociológico das espécies de plantas que crescem junto às entrelinhas do tabaco, foram feitas visitas a lavouras nos municípios de Cerro Alegre Baixo, Forquetinha, Sério, Sinimbu, Vale do Sol e Vera Cruz, totalizando 130 pontos de amostragens. Para a amostragem delimitou-se uma área retangular de 1 metro de comprimento por 40 centímetros de largura, sendo que dentro do espaço eram fotografadas e coletadas partes da vegetação para posterior identificação.O trabalho foi realizado entre os meses de novembro de 2012 e janeiro de 2013, o material botânico coletado foi levado a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) onde foram usadas técnicas de herborização, identificação e armazenamento deste, que se encontra no Herbário da Universidade de Santa Cruz do Sul (HCB). Durante os levantamentos foram definidas a abundância, quantidade e frequência total das plantas conforme o método fitossociológico de Baun-Blanquet obtendo-se, assim, as espécies que aparecem em maior número de parcelas. Foram identificadas 20 famílias botânicas, com um total de 66 espécies, onde a com maior frequência total foi Digitaria horizontalis Willd., seguida de Galinsoga quadriradiata Ruiz & Pav. e Ageratum conyzoides L. A análise fitossociológica mostrou a formação de agrupamentos de algumas espécies características da região fitogeográfica e as condições geológicas. Destacou-se, então, uma região com maior número de espécies específicas, caracterizada por um solo rico em alumínio. Este tipo de solo recebe cuidados específicos pelos produtores para tornar viável o plantio de tabaco, mas acaba também favorecendo o desenvolvimento destas espécies rasteiras no plantio. Conforme o mapa do IBGE de 2002, identificou-se diferentes composições dos solos nas regiões de amostragem que foram definidos como solos ácidos, básicos e com alta concentração de aluminio. O pH básico/ácido e a concentração de alumínio foi o empecilio para o desenvolvimento das espécies quando o solo não recebe uma adubação correta. Esse fator foi o determinante para limitação de ocorrência de certas espécies de plantas em apenas alguns locais. Levantamentos botânicos deste tipo são fundamentais para futuros projetos de manejo integrado, já que o manejo correto do solo tem impacto direto sobre o plantio e as plantas daninhas.


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