LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE PLANTAS INFESTANTES EM LAVOURAS DE TABACO (NICOTIANA TABACUM L.) NO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
As plantas daninhas são comuns em cultivos, lavouras e em terrenos baldios. Através do manejo pode se ter um controle diminuindo ou eliminando por certo período plantas arbustivas e herbáceas que competem em busca de nutrientes, luz e umidade. Como o cultivo do tabaco se tornou fonte de renda para muitos agricultores na região de Santa Cruz do Sul e em diversas cidades ao seu entorno, tornou-se importante o estudo das plantas invasoras, já que o controle dos mesmos no plantio se trata cada vez mais complicado. Com o intuito de realizar um levantamento fitossociológico das espécies de plantas que crescem junto às entrelinhas do tabaco, foram feitas visitas a lavouras nos municípios de Cerro Alegre Baixo, Forquetinha, Sério, Sinimbu, Vale do Sol e Vera Cruz, totalizando 130 pontos de amostragens. Para a amostragem delimitou-se uma área retangular de 1 metro de comprimento por 40 centímetros de largura, sendo que dentro do espaço eram fotografadas e coletadas partes da vegetação para posterior identificação.O trabalho foi realizado entre os meses de novembro de 2012 e janeiro de 2013, o material botânico coletado foi levado a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) onde foram usadas técnicas de herborização, identificação e armazenamento deste, que se encontra no Herbário da Universidade de Santa Cruz do Sul (HCB). Durante os levantamentos foram definidas a abundância, quantidade e frequência total das plantas conforme o método fitossociológico de Baun-Blanquet obtendo-se, assim, as espécies que aparecem em maior número de parcelas. Foram identificadas 20 famílias botânicas, com um total de 66 espécies, onde a com maior frequência total foi Digitaria horizontalis Willd., seguida de Galinsoga quadriradiata Ruiz & Pav. e Ageratum conyzoides L. A análise fitossociológica mostrou a formação de agrupamentos de algumas espécies características da região fitogeográfica e as condições geológicas. Destacou-se, então, uma região com maior número de espécies específicas, caracterizada por um solo rico em alumínio. Este tipo de solo recebe cuidados específicos pelos produtores para tornar viável o plantio de tabaco, mas acaba também favorecendo o desenvolvimento destas espécies rasteiras no plantio. Conforme o mapa do IBGE de 2002, identificou-se diferentes composições dos solos nas regiões de amostragem que foram definidos como solos ácidos, básicos e com alta concentração de aluminio. O pH básico/ácido e a concentração de alumínio foi o empecilio para o desenvolvimento das espécies quando o solo não recebe uma adubação correta. Esse fator foi o determinante para limitação de ocorrência de certas espécies de plantas em apenas alguns locais. Levantamentos botânicos deste tipo são fundamentais para futuros projetos de manejo integrado, já que o manejo correto do solo tem impacto direto sobre o plantio e as plantas daninhas.
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