CAMINHOS DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E INOVAÇÃO NAS CIÊNCIAS HUMANAS

JULIANA DORNELLES DE SOUZA, NIZE MARIA CAMPOS PELLANDA

Resumo


A propriedade intelectual abrange todas as áreas do conhecimento, mesmo que isto ocorra sem nos darmos conta. Utilizamos diariamente diversos produtos que podem possuir mais de uma patente. Uma escova de dentes, por exemplo, chega a ter cinco patentes. Por que será que alguém "protegeria" tanto um produto tão simples? Pelo fato de poder comercializar com exclusividade por um determinado período, o que lhe concede muitas vezes o monopólio daquele produto, como é o caso da maioria dos medicamentos. Enquanto realizava alguns cursos na área pude perceber que as ciências humanas ainda estão iniciando os primeiros passos e isto se deve muito aos recursos escassos destinados aos projetos de pesquisa desta área. No entanto, a oportunidade de reverter esta situação pode estar em agregar valor de mercado às pesquisas realizadas. E foi dentro deste contexto no qual pensei sobre a ideia de utilizarmos os dados que serão gerados a partir do projeto de pesquisa "Na ponta dos dedos: o I PAD como instrumento complexo de cognição/subjetivação" como uma possibilidade dos resultados futuros serem utilizados em alguma parceria voltada à construção de um software. A intenção não seria criar um programa para iPads, pois muitas famílias não possuem condições de adquirir um equipamento destes. Pensamos, então, no desenvolvimento de um software livre para computadores, com seu valor estando no possível uso com crianças autistas. Pode se resaltar o quanto se tem criado e construído um ambiente de interação e acoplamento com a realidade através do iPad. Os resultados da pesquisa ainda são preliminares e a pretensão aqui não é discutir sobre estes, mas sim da importância que a propriedade intelectual possa ter nas ciências humanas. Penso que os cursos de propriedade intelectual realizados pelo NITT - Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnológica da UNISC são de fundamental importância, principalmente nas ciências humanas, pois estas questões nos passam despercebidas. Na psicologia podemos usar o exemplo dos manuais para testes psicológicos, estes vêm de países como os Estados Unidos e precisam ser validados, mas, após os longos anos de validação e pesquisa cientifica, o trabalho do psicólogo é negado pela editora, a qual não paga nenhum direito autoral para este trabalho. Se levarmos em consideração que se produz um novo conhecimento quando se valida um teste psicológico para uma cultura/sociedade distinta, veremos que este material dá origem a uma produção do conhecimento que deva ser de ambos os autores, portanto os direitos autorais também deveriam ser.


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