PROJETO DE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS (PSA) NA SUB-BACIA DO ARROIO ANDRÉAS - BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARDO - RS - BRASIL

CAMILA FESTINALLI, EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA, ADILSON BEN DA COSTA

Resumo


Todos os processos básicos da vida de quaisquer organismos dependem da água. Ela é essencial para as mais variadas atividades humanas, porém, a degradação da qualidade da água e sua escassez qualitativa e quantitativa vêm a comprometer o seu uso. A qualidade da água em uma bacia hidrográfica é influenciada por diversos fatores, dentre eles o clima, a cobertura vegetal, a topografia, a geologia, bem como o tipo, o uso e o manejo do solo da bacia hidrográfica. O monitoramento ambiental em bacias hidrográficas procura analisar aspectos relevantes que permitam caracterizar as mudanças que ocorrem no uso e ocupação do solo, tornando possível avaliar os efeitos das atividades humanas sobre os ecossistemas. A importância do monitoramento da qualidade dos recursos hídricos em uma bacia reside no fato de que, a partir das informações coletadas, pode-se inferir sobre a condição ambiental da bacia hidrográfica como um todo. Neste contexto, a estratégia de pagamento por serviços ambientais para avaliar a qualidade da água de áreas de preservação de 20 nascentes localizadas ao longo da sub-bacia do Arroio Andréas, RS, Brasil, utilizando variáveis físicas, químicas e microbiológicas, tem como principal objetivo garantir a preservação dos recursos hídricos, mediante o pagamento aos agricultores de propriedades rurais pelo fornecimento de serviços ambientais de proteção das nascentes que se situam em suas propriedades. Estas nascentes foram selecionadas tendo como base o projeto de pesquisa intitulado "Pagamento por Serviços Ambientais" (PSA), que está sendo desenvolvido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), em parceria com a empresa Universal Leaf Tabacos Ltda., num período de cinco anos (2011- 2015). A partir de março de 2013 foram realizadas duas coletas trimestrais de amostras de água para a determinação das seguintes variáveis: temperatura, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal total, fosfato, sólidos totais dissolvidos, metais (ferro, cobre, zinco, magnésio, manganês, sódio e potássio) e coliformes termotolerantes. A avaliação da qualidade da água é classificada segundo a portaria 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), permitindo assim a classificação dos pontos como sendo Classe 1, Classe 2, Classe 3 e Classe 4. E segundo o Índice de Qualidade da Água (IQA), utilizando o modelo de qualidade desenvolvido por Moretto através do software IQADATA, permitindo estabelecer critérios para classificação das águas em cinco categoriais: excelente, bom, regular, ruim e muito ruim, a partir de notas de desempenhos atribuídas aos pontos de amostragem através do software. Os resultados preliminares da aplicação do IQA indicaram que 52,5% das amostras analisadas foram classificadas como "bom" e 47,5% como sendo "regular". De acordo com a resolução 357 do CONAMA, 42,5% dos pontos de amostragem estão enquadrados em Classe 1; 40% como Classe 2; 15% como Classe 3; e 2,5% como Classe 4. Desta maneira, em virtude de seu inestimável valor dentro das propriedades agrícolas, estas nascentes necessitam urgentemente de medidas mitigatórias ou preventivas, visando à preservação deste importante recurso natural.


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