SANTA CRUZ DO SUL, ARQUITETURA E URBANISMO
Resumo
A partir do século XIX, Santa Cruz do Sul cresce e as transformações econômicas e sociais deixam, na cidade, uma história arquitetônica e urbana que tem como significado o conjunto de valores, usos e hábitos cotidianos. Esse cenário, ao longo do tempo, vem se modificando e, no caso do conjunto arquitetônico urbano, há uma evolução, tanto de uso formal quanto estético. A problemática arquitetônica do trabalho irá relacionar aspectos que definem a forma como se estabelecem as influências luso-brasileiras e alemãs sobre a arquitetura erudita; como se expressa essa arquitetura no âmbito do desenvolvimento dos movimentos do Ecletismo, Proto-modernismo - art decô - e Movimento Moderno. Paralelamente, a pesquisa busca descobrir de que forma os modelos europeus fazem parte do cenário urbano santa-cruzense. A pesquisa do conjunto arquitetônico da cidade irá tratar de seu processo de produção e das relações que se estabelecem com o contexto natural, material e sociocultural. Pretende-se delimitar o trabalho no tempo e no espaço. Propõe-se um estudo e análise da arquitetura residencial, comercial, industrial, institucional, religiosa, monumentos, parques e praças produzidos no centro urbano da cidade, assim como a cultura, influenciada pela arquitetura. Os itens a serem pesquisados serão selecionados por sua excepcionalidade. Compreendemos assim por objetivo, pesquisar e analisar a arquitetura erudita da imigração alemã, reavaliando e aprofundando o seu estudo à luz do Ecletismo, Proto-Modernismo e Movimento Moderno no século XX. Ao longo do tempo, uma sequência de documentos ressaltando a arquitetura santa-cruzense foi elaborada por diversos autores, como: Hardy Martin, Udo Baumann, Gunter Weimer, professores da Universidade de Santa Cruz do Sul - Ronaldo Wink, Milton Roberto Keller, Heleniza Ávila Campos, Luiz Schneider, Doris Maria Machado de Bittencourt, Olgário Paulo Vogt - e Felipe Helfer. Portanto, é uma seleção de prédios que proporciona um panorama das obras relevantes da arquitetura desenvolvida ao longo do século XX e início do século XXI, valorizando esse patrimônio no sentido de conscientizar a população e seus dirigentes do seu valor. De fato, existe um esquecimento dos verdadeiros valores representativos da cultura e da arquitetura vernácula de tradição alemã. Como se o cenário da cidade e tudo o que impressiona o visitante não fosse a própria arquitetura que precisa ser cuidada e preservada. Nesse sentido, novos empreendimentos imobiliários têm adotado como regra a demolição de prédios de valores históricos. Esta proposta de trabalho se insere na contra mão desse pensamento, a contrapelo da atuação de determinadas camadas da sociedade que desejam o banimento da arquitetura de valor histórico e arquitetônico.
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