BIORREMEDIAÇÃO DE EFLUENTE URBANO UTILIZANDO MICROALGAS
Resumo
Atualmente as microalgas vêm desempenhando um papel fundamental no tratamento de efluentes, uma vez que são ricas na remoção de fósforo e nitrogênio, mas também na produção de energia mais limpa como na produção de biomassa usada nos biocombustiveis. Este trabalho teve como objetivo a biorremediação do efluente provindo da estação de tratamento da Universidade de Santa Cruz do Sul com o emprego de microalgas. A biorremediação aconteceu em um sistema integrado de fotobiorreatores localizado na própria ETE, onde foi avaliada a qualidade do efluente após o tratamento e monitorado o crescimento das microalgas com e sem a adição de CO2. Os experimentos foram realizados em um fotobiorreator construído com capacidade de 100 L, onde uma bomba submersa com vazão de 5x10-3m3/min fazia a bombeamento do efluente. O sistema recebeu iluminação natural com fotoperíodo de aproximadamente 12 horas. Diariamente o volume de água evaporado era reposto ao sistema. Para acompanhar o desenvolvimento da cultura foram avaliadas a densidade celular, pH, condutividade, a velocidade de crescimento, diariamente. As curvas de crescimento foram feitas com a densidade celular encontrada diariamente da média das alíquotas em triplicata. O tempo de cultivo foi determinado pelo número de dias em que foi realizado o experimento até o dia em que a densidade celular máxima fosse alcançada. Para a densidade celular máxima definiu-se como o número de células por mililitro o máximo valor obtido, a fase estacionária da curva de crescimento antes que a cultura alcançasse sua fase e então o tempo transcorrido desde o início do cultivo era independente. Como forma de seleção de microalgas que se adaptassem a este sistema utilizou-se efluente da saída do decantador. As cepas selvagens que se desenvolveram foram identificadas como sendo Pseudokirchneriella subcapitata. Para o cultivo sem aporte de CO2, a densidade celular máxima (DCM) obtida foi de 19,29 x106 células mL-1, atingida no décimo dia de cultivo. Já para o cultivo com aporte de CO2 a DCM foi de 17,81x106 células mL-1 atingida no décimo quinto dia de cultivo. O cultivo das microalgas sem aporte de CO2 mostrou-se com um tempo de resposta mais curto se comparado ao cultivo com dióxido de carbono, este fato se deve às altas temperaturas na época do cultivo, sendo que o cultivo sem CO2 foi realizado nos meses de janeiro e fevereiro, época esta que teve maior incidência luminosa e temperaturas mais altas. No entanto no cultivo de microalgas com aporte de CO2, cultivadas entre os meses de março e abril, o crescimento foi mais lento, o que pode ser explicado pela pouca incidência de radiação solar e as temperaturas baixas. Destaca-se que o tratamento removeu nitrogênio e fósforo do efluente. Conforme os parâmetros analisados no efluente: alcalinidade, DBO5, DQO, fósforo e nitrogênio e também a taxa de crescimento das microalgas, o sistema pode ser utilizado para a biorremediação do efluente urbano. No entanto, é necessária a inoculação de uma concentração maior das cepas para que reduza o tempo de tratamento e, assim, viabilize-se o processo em dias de inverno.
Apontamentos
- Não há apontamentos.