BIORREMEDIAÇÃO DE EFLUENTE URBANO UTILIZANDO MICROALGAS

ANDRE ALOISIO HERMANN, DANIELLE KOCHENBORGER JOHN, MAIARA PRISCILLA DE SOUZA, MARIA SILVANA ARANDA MORAES, ROSANA DE CASSIA DE SOUZA SCHNEIDER

Resumo


Atualmente as microalgas vêm desempenhando um papel fundamental no tratamento de efluentes, uma vez que são ricas na remoção de fósforo e nitrogênio, mas também na produção de energia mais limpa como na produção de biomassa usada nos biocombustiveis. Este trabalho teve como objetivo a biorremediação do efluente provindo da estação de tratamento da Universidade de Santa Cruz do Sul com o emprego de microalgas. A biorremediação aconteceu em um sistema integrado de fotobiorreatores localizado na própria ETE, onde foi avaliada a qualidade do efluente após o tratamento e monitorado o crescimento das microalgas com e sem a adição de CO2. Os experimentos foram realizados em um fotobiorreator construído com capacidade de 100 L, onde uma bomba submersa com vazão de 5x10-3m3/min fazia a bombeamento do efluente. O sistema recebeu iluminação natural com fotoperíodo de aproximadamente 12 horas. Diariamente o volume de água evaporado era reposto ao sistema. Para acompanhar o desenvolvimento da cultura foram avaliadas a densidade celular, pH, condutividade, a velocidade de crescimento, diariamente. As curvas de crescimento foram feitas com a densidade celular encontrada diariamente da média das alíquotas em triplicata. O tempo de cultivo foi determinado pelo número de dias em que foi realizado o experimento até o dia em que a densidade celular máxima fosse alcançada. Para a densidade celular máxima definiu-se como o número de células por mililitro o máximo valor obtido, a fase estacionária da curva de crescimento antes que a cultura alcançasse sua fase e então o tempo transcorrido desde o início do cultivo era independente. Como forma de seleção de microalgas que se adaptassem a este sistema utilizou-se efluente da saída do decantador. As cepas selvagens que se desenvolveram foram identificadas como sendo Pseudokirchneriella subcapitata. Para o cultivo sem aporte de CO2, a densidade celular máxima (DCM) obtida foi de 19,29 x106 células mL-1, atingida no décimo dia de cultivo. Já para o cultivo com aporte de CO2 a DCM foi de 17,81x106 células mL-1 atingida no décimo quinto dia de cultivo. O cultivo das microalgas sem aporte de CO2 mostrou-se com um tempo de resposta mais curto se comparado ao cultivo com dióxido de carbono, este fato se deve às altas temperaturas na época do cultivo, sendo que o cultivo sem CO2 foi realizado nos meses de janeiro e fevereiro, época esta que teve maior incidência luminosa e temperaturas mais altas. No entanto no cultivo de microalgas com aporte de CO2, cultivadas entre os meses de março e abril, o crescimento foi mais lento, o que pode ser explicado pela pouca incidência de radiação solar e as temperaturas baixas. Destaca-se que o tratamento removeu nitrogênio e fósforo do efluente. Conforme os parâmetros analisados no efluente: alcalinidade, DBO5, DQO, fósforo e nitrogênio e também a taxa de crescimento das microalgas, o sistema pode ser utilizado para a biorremediação do efluente urbano. No entanto, é necessária a inoculação de uma concentração maior das cepas para que reduza o tempo de tratamento e, assim, viabilize-se o processo em dias de inverno.


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