PRODUÇÃO DE ÓLEO E BIODIESEL A PARTIR DE DIFERENTES SEMENTES.

DOUGLAS BARCELOS POZZEBON, JONAS ALVARO KAERCHER, ROSANA DE CASSIA DE SOUZA SCHNEIDER

Resumo


Para criar alternativas de matéria para produção de biodiesel, foi estudado outros tipos de oleaginosas para extração de óleo, como o girassol, que é uma das maiores culturas do mundo, com uma boa viabilidade técnica e ambiental na produção de biocombustíveis. Uma das principais características do girassol, em relação às outras oleaginosas, é a facilidade de extrair seu óleo, não precisando aquecimento prévio, podendo ser em temperatura ambiente. Outra oleaginosa utilizada foi a semente de tabaco, que é a principal fonte de renda de 186 mil agricultores familiares da região Sul, podendo ser um opção no que diz respeito a energias alternativas. Considerando que a previsão para os próximos anos é a queda do consumo global de cigarros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), torna-se interessante buscar novas alternativas de fontes de renda para a diversificação do uso do tabaco. Apesar de pequenas, as sementes de tabaco se apresentam em grande quantidade no miolo das flores do tabaco e cerca de 30% delas é constituído de óleo. A produção de óleo e biodiesel no Brasil está centrada no uso de soja e a diversificação é difícil porque, em grande escala, não há competitividade com a soja de outras culturas para biodiesel. Neste trabalho foram realizados novos experimentos com a planta de extração, purificação e produção de biodiesel da universidade de Santa Cruz do Sul. Os experimentos foram voltados à otimização do uso desta planta para outros óleos além do girassol, utilizado para o desenvolvimento do processo. Para a extração foram utilizados equipamentos da scottech. Na purificação foram realizados os primeiros testes conforme metodologia otimizada em escala laboratorial e na produção de biodiesel outros óleos foram transformados empregando a condição previamente otimizada com o óleo de girassol. Para analisar óleo e biodiesel foram utilizados métodos descritos pela American Oil Chemist's sSociety (AOCS). Para a conservação do óleo e biodiesel foi testado um antioxidante da Enhance, que pode ser utilizado para estas duas matérias-primas. A concentração de antioxidante utilizada foi de 100 a 1000 ppm e, após o período de um mês, foi analisado quanto ao índice de iodo, índice de acidez e análise cromatográfica. Para os diferentes processos foram utilizados óleo de tabaco, girassol, mamona e fritura. Na extração de óleo, mesmo com aquecimento da semente, houve problemas com a separação da borra após a decantação. Com relação à semente de tabaco, na extratora, há uma perda de matéria prima em função do tamanho da semente. O tempo de extração dependeu do tipo de semente, sendo que com a semente de tabaco a extração é mais lenta e exige um número maior de limpezas do cilindro do filtro prensa durante a extração e filtragem. A extração do óleo de mamona exigiu um maior tempo de decantação e centrifugação devido à viscosidade elevada do óleo. Pode-se constatar que o óleo de mamona exige um equipamento com todo o processo aquecido, da extração à purificação. A produção de biodiesel com diferentes óleos apresentou-se adequada, sendo que os principais problemas foram o índice de acidez e o teor de água dos produtos. Com base nas observações e resultados obtidos pela análise de óleo e biodiesel, a planta de extração, purificação e produção de biodiesel está adequada para o aproveitamento de diferentes oleaginosas, sendo que a limitação está no processo de extração de diferentes tamanhos de grãos.


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