MONITORAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE FLORESTAMENTO COM EUCALYPTUS EM SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL

SAMUEL AUGUSTO DA SILVA, JAIR PUTZKE, ANDREAS KOHLER

Resumo


223Plantas daninhas224 ou 223invasoras224 referem-se basicamente às que germinam espontaneamente em áreas de interesse humano e que, de alguma forma, interferem prejudicialmente nas atividades do homem. Em áreas agrícolas e de florestamento, pode-se destacar a competição por água, luz e nutrientes, alelopatia, atuação como hospedeiras intermediárias e patógenos e o aumento de riscos de incêndios. Além desses fatores, há, também, o aumento progressivo nos custos de mão-de-obra necessária para as operações de limpeza e manutenção das áreas invadidas. No plantio de240Eucalyptus240spp, a interferência imposta pelas plantas invasoras é mais severa, principalmente na fase inicial de crescimento, ou seja, do plantio até cerca de um ano de idade. O gênero240Eucalyptus240faz parte da família Myrtaceae e envolve mais de 600 espécies que estão adaptadas a diferentes climas e solos, sendo originária, a maior parte das espécies, da Austrália, podendo ser utilizadas para diferentes finalidades. O uso mais comum é o aproveitamento da madeira como lenha, postes, moirões de cerca, construções rurais, produção de madeira serrada, fabricação de painéis e fabricação de papel e celulose. A pesquisa teve como objetivo estudar as principais plantas invasoras que ocorrem em um plantio de espécies diferentes de eucalipto, para avaliar o impacto do plantio sobre a vegetação existente e comparar as espécies invasoras de um ano para o outro, bem como um futuro controle biológico destas plantas. A área do levantamento pertence à empresa Japan Tobacco International (JTI), localizada em Cerro Alegre Baixo, interior de Santa Cruz do Sul-RS. Foi feita uma coleta por estação, realizadas nos anos de 2013 e 2014. Na área do plantio de eucalipto, definiram-se aleatoriamente nove quadrados (cinco por cinco metros). O método fitossociológico utilizado foi o de parcelas de Braun-Blanquet. O material coletado foi levado ao Laboratório de Botânica, sendo elaboradas exsicatas, identificadas as espécies conforme bibliografia específica e tombadas no Herbário-HCB da Universidade de Santa Cruz do Sul. As estações que foram comparadas foram verão, outono e inverno nos respectivos anos e, em todas as datas de 2014, se apresentou uma maior quantidade de Poaceae, principalmente Eragrostis airoides e Paspalum sp., e também alguns indivíduos da família Apiaceae, como Centella asiatica e Eryngium elegans, que apareceram em quase todos os pontos, além de alguns indivíduos de outras famílias, com uma menor quantidade. Em 2013, ocorreu uma maior diversificação de famílias e indivíduos. Outro fator observado é que já no verão de 2014 ocorreu uma redução de plantas invasoras nas linhas do plantio de eucalipto, no outono de 2014 restando só Poaceae e Apiaceae na linha do plantio, mas ainda com algumas espécies entre as linhas. Essa diminuição de indivíduos no plantio pode ser justificada pelos compostos alelopáticos produzidos pelo eucalipto, que reduzem ou inibem o crescimento das plantas ao entorno do plantio. Comparado com a vegetação original, antes da implantação do florestamento, a vegetação mudou drasticamente, dando espaço para poucas espécies, principalmente plantas invasoras e pioneiras.


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