NÍVEL DE LACTATO EM REPOUSO COMO LIMITADOR DO DESEMPENHO EM TESTE INCREMENTAL SUBMÁXIMO EM PORTADORES DE DPOC INGRESSANTES EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR

NATACHA ANGELICA DA FONSECA MIRANDA, DANNUEY MACHADO CARDOSO, JULIANO RODRIGUES ADOLFO, RODRIGO ALVES RANÇA, ANDREA LUCIA GONÇALVES DA SILVA, DULCIANE NUNES PAIVA

Resumo


A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por limitação crônica do fluxo aéreo de caráter progressivo e que reduz a capacidade física dos indivíduos devido à hiperinsuflação pulmonar e dispneia. Além do comprometimento pulmonar, ocorrem alterações que reduzem a capacidade de realizar esforços, o que pode elevar os níveis de lactato sanguíneo, levando tais pacientes à intolerância ao exercício. Objetivou-se avaliar a produção de lactato sanguíneo em repouso, em pacientes portadores de DPOC, ingressantes em um programa de reabilitação pulmonar, estadiados em grau moderado e severo (Classificação GOLD) e o seu desempenho em teste incremental submáximo. Trata-se de estudo piloto de caráter prospectivo, que avaliou portadores de DPOC ingressantes em um Programa de Reabilitação Pulmonar no Hospital Santa Cruz (HSC), Santa Cruz do Sul-RS. Em situação de repouso, foi coletado o sangue venoso em polpa digital para mensuração do lactato, sendo também avaliada a frequência cardíaca (FC), a pressão arterial (PA) e a saturação periférica de oxigênio (SpO2). Foi realizado um teste incremental submáximo utilizando cicloergômetro com base no protocolo de Astrand e Ryhming para determinação indireta do VO2max, sendo tal protocolo utilizado como exercício aeróbico para avaliação da capacidade cardiorrespiratória. Ressalta-se que a validade do teste pode ser obtida com a realização de 03 minutos de exercício aeróbico e, a partir desse momento, o pode ser interrompido diante de ocorrências como pico hipertensivo, síncope, sintoma de fadiga muscular nos membros inferiores (MMII) e dispneia. Foram avaliados 12 portadores de DPOC, com média de idade de 65,75 ± 5,9 anos e IMC de 28,14 ± 7,14 Kg/m2, com predominância do sexo masculino 09 (75%) e FC de repouso de 75,92 ± 13,29 bpm. A média do lactato em repouso da amostra foi de 1,87 ± 0,89 mmol/L, estando dentro dos limites da normalidade. O tempo médio de duração do teste Astrand foi de 6,78 ± 3,49 min. Na amostra avaliada, 50% dos pacientes determinaram a interrupção do teste devido à fadiga de MMII, 33,33% por dispneia e apenas 16,66% completaram o teste de Astrand.De acordo com os resultados obtidos é possível inferir que, nestes portadores de DPOC, o limiar de lactato em repouso parece não ser o fator limitante para a interrupção do teste de Astrand. Os pacientes apresentaram valores de lactato de repouso dentro da normalidade e, desta forma, poderíamos pressupor que conseguiriam permanecer por mais tempo no teste. Entretanto, a fadiga de MMII e a dispneia foram fatores determinantes para a interrupção da avaliação. Para embasar tal suposição, o estudo terá seguimento objetivando o aumento do tamanho amostral.


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