EMOCIONAR: EXPERIÊNCIAS ENQUANTO ACONTECIMENTOS E AS TDIC

PAULA CRISTINA TURCATTO, MAIRA MEIRA PINTO, CESAR AUGUSTO MULLER, NIZE MARIA CAMPOS PELLANDA

Resumo


Tendo em vista, que as práticas tradicionais ainda vigentes na educação tratam o conhecimento como representação de um mundo objetivo e externo ao sujeito que conhece, elaboramos a Pesquisa Emocionar: experiências enquanto acontecimentos e as TDIC.240 A pesquisa parte do eixo teórico do Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas 226 GAIA, da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. O objetivo da pesquisa é observar e compreender a cognição/emoção no processo de auto-constituição e complexificação dos sujeitos participantes através de experiências enquanto acontecimentos por meio das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. Fundamenta-se a pesquisa na Biologia da Cognição de Humberto Maturana e Francisco Varela, nos entendimentos da emoção em António Damásio, na complexidade da aprendizagem pelo Ruído de Henri Atlan, na compreensão da experiência/acontecimento em Gilles Deleuze e nas reflexões sobre a técnica de José Ortega y Gasset. Em conformidade com os pressupostos teóricos da pesquisa, o princípio-guia será a pesquisa-intervenção que possui o intuito de instaurar conexões entre teoria e prática. Vincula à compreensão de uma análise micropolítica do cotidiano, voltada para a problematização e desnaturalização das práticas emergindo as dimensões do cotidiano institucional para instigar os sujeitos da pesquisa, atentos às experiências vividas, a refletirem sobre os modelos estabelecidos. Utilizou-se também, a autonarrativa, para cartografar as tessituras cognitivo/emocionais - vozes, escritas, rimas, danças, corpo - na processualidade da pesquisa-intervenção por meio das experiências enquanto acontecimentos. As oficinas foram realizadas com quinze adolescentes em situação de vulnerabilidade social de um bairro de Santa Cruz do Sul, RS/Brasil, que utilizaram os Laboratórios de Informática da UNISC. Foram realizadas dezessete oficinas e consideramos, até o presente momento, que as TDIC romperam com entendimentos de instrumentalização, oferecendo aos sujeitos implicados 226 adolescentes e pesquisadores 226, a liberdade para criarem a si próprios e expressarem suas emoções. Os resultados parciais, pois a pesquisa está em desenvolvimento, apontam para a importância de operar problematizações na utilização das TDIC para instaurar modos de se emocionar através das autonarrativas, que poderão insistir em não permitir a cristalização das experiências vivenciadas nas oficinas, pois acreditamos que esses princípios poderão contribuir à criação de outros modos de existir entre os sujeitos da pesquisa, autorizando-os a protagonizar a própria vida.240


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