AVALIAÇÃO DA EFICIENCIA DA DETECÇÃO DA FRAUDE POR ADIÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO NO LEITE

DAIANE SIMONAGGIO, EDUARDO RODRIGO RAMOS DE SANTANA, ENIZ CONCEIÇÃO OLIVEIRA

Resumo


O peróxido de hidrogênio (H2O2) possui ação bactericida e, por isso, é usado por fraudadores para recuperar e conservar leites deteriorados. Esta fraude é realizada em leites em que, durante seus processos de ordenha, armazenamento e transporte, não houve preocupação com boas condições de higiene, desta forma ocorrendo contaminações e crescimento microbiano ao leite. Esta prática pode acarretar sérios riscos de saúde para o consumidor, pois a ingestão do leite fraudado prejudica a flora intestinal e, em altas concentrações, pode levar à morte. Essa fraude é difícil de ser detectada, pois, após agir no leite, o peróxido de hidrogênio se transforma em água e sua reação ocorre de forma rápida. Sendo assim, é importante estipular o tempo que se pode detectar resquícios de peróxido de hidrogênio para realizar a análise química laboratorial com mais confiabilidade. Por isso, objetivou-se com essa pesquisa avaliar a eficiência na detecção de peróxido de hidrogênio no leite após ter transcorrido diferentes período a partir do momento da fraude. Para isso foram separados dez litros de leite cru padrão, com as seguintes denominações: A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9 e A10. Cada amostra foi contaminada com os diferentes volumes de peróxido de hidrogênio: 0,015mL, 0,03mL, 0,06mL, 0,09mL, 0,15mL, 0,5mL, 1,0mL, 3,0mL, 5,0mL e 10,0mL, respectivamente. O método analítico foi realizado de acordo com o que estabelece a Instrução Normativa n° 68 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Foi realizada a contaminação das amostras e logo após realizou-se a primeira análise, sendo as amostras, a cada hora, analisadas novamente. Nas amostras contaminas com menos de 1mL de H2O2 o tempo de detecção foi curto: em três horas após a contaminação já não era mais possível detectar. A quantidade de 0,015mL não foi detectada em nem um momento. A única amostra que teve um período significativo foi a A10, contaminada com 10 mL. Nesta foi possível detectar H2O2 até 28 horas após a contaminação. Contatou-se que, para ser detectado o peróxido de hidrogênio no leite, o período após a fraude e a análise laboratorial deve ser o menor possível, nem sempre viável, uma vez que, após a coleta de amostras, o leite pode ficar um período aguardando no laboratório para ser analisado. Outra questão é a frequência de fiscalizações: deve haver um controle constante e rígido por parte dos órgãos fiscalizadores responsáveis para que a detecção desta fraude seja eficiente. Mesmo quando o método analítico for o oficial, pode tornar-se falho devido ao intervalo de fiscalização, coleta e análise ser longo.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.