LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE UM FRAGMENTO FLORESTAL DO CINTURÃO VERDE EM SANTA CRUZ DO SUL - RS

CAROLINA DE BRITO BORGES, JAIR PUTZKE

Resumo


O município de Santa Cruz do Sul, localizado no centro do estado do Rio Grande do Sul (118.374 habitantes), está em acelerado crescimento urbano. O Cinturão Verde desta cidade é uma área de preservação ambiental criada por decreto municipal, sendo muito importante para a população e biodiversidade que nele sobrevivem. E apesar de atualmente ter decretos municipais que abrandem sua supressão, o mesmo não está imune ao desmatamento. Não só o crescimento da cidade, mas também a pressão por parte da rede imobiliária, o desinteresse do governo e a falta de conhecimento da importância vegetacional pela comunidade fazem com que decretos se tornem vulneráveis, contrários à segurança das leis. Sua preservação depende de conhecimento e é nesta base que concentra-se o presente estudo. A fitossociologia é uma ciência voltada para o estudo e compreensão do padrão de estruturação de comunidades vegetais. Desta forma, para que esse estudo fosse realizado, a metodologia de parcelas de Braun Blanquet foi empregada e os levantamentos ocorreram de agosto de 2014 a janeiro de 2015, no qual foram estabelecidos para o levantamento duas parcelas de 200 m x 4 m, totalizando 1.600 m². Foram amostrados todos os indivíduos com circunferência à altura do peito (CAP) igual ou maior a 14 cm. Além disso, mediu-se a altura destes indivíduos e identificou-se cada uma das espécies. Para determinação da área da copa, foram medidos os diâmetros desta nas direções N-S, L-O. No total, foram identificadas 39 espécies pertencentes a 36 gêneros e 25 famílias, além de 14 indivíduos mortos. Também foi possível comparar a presença de espécies nativas em relação às exóticas e observar quais espécies têm maior representatividade e importância dentro da área estudada. Foram amostrados 231 indivíduos e as espécies que apresentaram maior índice do valor de importância (IVI) foram respectivamente: Cupania vernalis (11,21) e Trichilia clausseni (9,70). Das espécies exóticas, se destacou Hovenia dulcis com 20 indivíduos e IVI (5,45). Foi observado um alto nÚmero de indivíduos mortos, resultando em um elevado IVI (6,19) no estudo. Em relação a abundância, os maiores valores das nativas foram: T. clausseni (36), C. vernalis (27), Allophyllus edulis (17), Machaerium paraguensis (13), Actinostemon concolor (13) e Sorocea bonplandii (10) com seus respectivos nÚmeros de indivíduos. As famílias com maior diversidade de espécies foram Fabaceae (5 espécies) e Sapindaceae (4 espécies). O levantamento constituiu-se de 38% de árvores com classe de altura entre dois e quatro metros, indicando que a vegetação arbórea está em processo de regeneração e se encontra em estágio de sucessão inicial.


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