ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA DO GENE KRAS EM PACIENTES PORTADORES DE CÂNCER COLORRETAL TRATADOS NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL.

ELIARA FERNANDA FOLETTO, JANE DAGMAR POLLO RENNER , MARTINA FERNANDA GEWEHR, LUCIANA DE SOUZA NUNES, LIA GONCALVES POSSUELO

Resumo


O câncer colorretal (CCR) é a terceira neoplasia mais frequente em humanos e os nÚmeros não param de crescer, sendo um problema grave de saÚde pÚblica. O CCR é abordado por muitos pesquisadores, seja por levantamentos epidemiológicos que visem alertar as autoridades de saÚde aos estudos genéticos, como aqueles que estudam a farmacogenética e alterações que levam a proliferação de células aberrantes podendo levar a resistência às terapias com anticorpos monoclonais. Para isso, é necessário avaliar o sistema biológico do paciente, através de marcadores moleculares. KRAS é um gene que ganhou muito enfoque na atualidade, devido a mutações pontuais no exon 2, levando a troca de aminoácidos, alterando toda a sequência da proteína Ras. A proteína Ras, desta forma, não cessa o processo de fosforilação na proliferação, diferenciação e apoptose celular e continua enviando estímulo à via MAPK (Mitogen Activated Protein Kinases), produzindo assim células aberrantes, ativando os mecanismos da angiogênese e a formação de tumores malignos que podem afetar indivíduos em várias fases da vida. Pacientes que apresentam algum tipo de polimorfismo neste gene, especialmente nos códons 12, 13, 61 e 146, não respondem a tratamentos com anticorpos monoclonais, considerado esquema terapêutico de primeira linha para o CCR, justamente por atingirem apenas o alvo, minimizando até mesmo reações adversas. Objetivou-se analisar a variabilidade genética dos pacientes portadores de CCR tratados no interior do Rio Grande do Sul e correlacionar estes achados com o tipo de esquema terapêutico recebido pelo paciente. O estudo é realizado na cidade de Santa Cruz do Sul - RS, em parceria com o Hospital Ana Nery, referência em oncologia para o interior do estado e com Laboratório de patologia responsável pela coleta do material. Com a ajuda de cirurgião experiente, foram coletadas peças de tecido tumoral que foram levadas para o Centro de Pesquisa e Treinamento em Biotecnologia (CPTBio) da UNISC, onde se realizaram técnicas como extração de DNA, PCR para amplificação dos códons de interesse e purificação destes produtos. O próximo passo será o sequenciamento, seguida da análise minuciosa, verificando quais pacientes apresentam algum tipo de polimorfismo. Até o presente momento, foram incluídos no estudo 11 pacientes, com confirmação de CCR através de biopsia. Com sucesso, padronizou-se uma técnica de extração de tecido tumoral, seguida de amplificação e purificação das sequências de DNA do gene KRAS. A revisão nos prontuários médicos está sendo realizada para identificação dos esquemas terapêuticos utilizados por cada paciente, a fim de correlacionar com os achados genéticos. Avaliar cada paciente de forma individual tem sido o alvo dos tratamentos modernos, para isso, a medicina personalizada requer testes genéticos de forma a avaliar quais tratamentos são ideais pra que o paciente tenha uma sobrevida livre da doença rapidamente.


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