O PATRIMÔNIO CULTURAL EM SANTA CRUZ DO SUL SOB A ÓTICA DA COMUNIDADE.

BERNARDO MAHLMANN KIPPER, MARINA AMANDA BARTH, SERGIO CELIO KLAMT

Resumo


O presente projeto começou a ser formatado a partir de um seminário sobre patrimônio na disciplina de Arqueologia durante o primeiro semestre do ano de 2015 no curso de História da UNISC. Com base em fontes bibliográficas e orais, cada acadêmico apresentou a visão de sua comunidade de origem sobre patrimônio cultural, o que gerou um debate sobre o que cada comunidade considera como patrimônio. Com base no acima exposto e do conceito de cultura como todas as ações por meio das quais os povos expressam suas formas de criar, fazer e viver (Constituição Federal de 1988, art. 216), pensamos na ampliação e aprofundamento sobre a temática tendo como base a cidade de Santa Cruz do Sul. Estabelecemos como objetivo realizar um cruzamento entre o patrimônio oficial (tombado) e o que a comunidade em geral considera como patrimônio em Santa Cruz do Sul. Para alcançar o objetivo, adotamos os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento de bens tombados a nível federal (IPHAN), estadual (IPHAE) e municipal (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santa Cruz do Sul - Prefeitura Municipal); levantamento através de entrevistas dos bens considerados como patrimônio pelas diferentes faixas etárias da comunidade santacruzense. A divisão etária estabelecida foi: faixa A - 15 a 25 anos; faixa B - 25 a 50 anos e faixa C - mais de 50 anos. O nÚmero de amostras em cada faixa foi de 20 entrevistados aleatoriamente. Através das entrevistas, buscou-se obter as informações necessárias para o alcance do objetivo (idade, escolaridade, o que considera patrimônio ou importante e que mereça ser preservado em Santa Cruz do Sul e porquê). Como resultados da consulta às fontes bibliográficas, constata-se que a nível federal não existem bens tombados; a nível estadual, constam quatro bens tombados, sendo eles: Antigo Prédio do Fórum (1994); Prédio do Antigo Banrisul (1994); Antiga Estação Férrea de Santa Cruz do Sul (2012); Prefeitura Municipal (2012); sendo que destes a Prefeitura Municipal e a Estação Férrea também são tombados a nível municipal. Da avaliação dos resultados obtidos através das entrevistas, destaca-se que relativo ao grau de instrução dos entrevistados, mais de 60% em todas as faixas etárias concluiu ou esta cursando o terceiro grau; do cruzamento de dados entre os bens tombados e os citados pelos entrevistados temos que, na faixa etária dos 15 aos 25 anos, apenas 10% citaram um ou outro bem tombado como importante a ser preservado; o mesmo ocorreu na faixa etária dos 25 aos 50 anos. Já na faixa etária superior a 50 anos, 55% dos entrevistados citaram um ou outro bem tombado como importante para preservação. Sinteticamente, podemos concluir que o grau de instrução da amostra utilizada para a pesquisa é bom, com mais de 60% em todas as faixas etárias tendo concluído ou estão cursando o nível superior. Dos entrevistados acima de 50 anos, os bens oficialmente tombados aparecem significativamente citados (55%) e apenas 10% nas demais faixas etárias. Na faixa etária dos 15 aos 25 anos destacam-se os locais por eles frequentados, Oktoberfest (25%), seguido do Parque da Gruta e do Parque da Cruz (20%). Para os entrevistados entre 25 e 50 anos, não se constatou preferencias, tendo como mais citado o Cinturão Verde (15%).


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