PROCESSAMENTO DE FARINHA DE COUVE POR SPRAY DRYER COMO FORMA DE APROVEITAMENTO DE UM VEGETAL NÃO CONFORME.

GERUSA CARAL, ALINE RUBERT, LILIANE MARQUARDT, MARI SILVA R. DE OLIVEIRA, NADIA DE MONTE BACCAR, ANA LUCIA BECKER ROHLFES

Resumo


A couve é uma hortaliça pertencente à família das Brássicas. Rica em fibras, vitaminas e cálcio, atua como incremento nutricional da rotina alimentar. No Brasil a couve é produzida por agricultores vinculados a cooperativas e agroindÚstrias e tem suas folhas comercializadas na forma de maços. A aparência do vegetal é fator determinante no momento da compra, fator este que diminui a vida Útil da couve, pois seu tempo de conservação é curto, tornando-se murcha e amarela poucos dias após a colheita. Diante disso, objetivou-se o processamento da farinha deste vegetal para aproveitamento de resíduos agroindustriais. Estudos vêm sendo realizados para a produção de farinha pela tecnologia de secagem por nebulização Spray Dryer, amplamente empregada na indÚstria farmacêutica e alimentícia para a produção de extratos secos a partir de líquidos e pastas em uma Única operação. Para tanto, a couve, obtida de um produtor do município de Passa Sete/RS, após limpa em água corrente, foi pesada e triturada em liquidificador (Philips Walita) com água. Em seguida, o suco de couve, foi atomizado em Spray Dryer (Labmaq). Varias condições operacionais foram testadas até estabelecer um padrão de secagem, entre as quais: vazão de ar quente de 3,8; 4,0; 4,1 e 4,5 m3/min, vazão da bomba peristáltica em 0,8; 0,9 e 1,0 L/hora, rotâmetro com vazão de 2 e 3,5 L/min, temperatura do ar de secagem a 145 e 140ºC, e, temperatura de saída da farinha de 70; 90 e 100ºC. Estabelecidas as condições operacionais, foram produzidas quatro tipos de farinha de couve: com emprego da folha e do talo; com talo; com folha; com talo e folha acrescida de amido (10% m/m) na etapa de trituração. O rendimento das farinhas apresentou-se baixo quando comparado à quantia do vegetal empregada na produção, devido, principalmente à quantidade de água presente no vegetal in natura e a aderência das partículas atomizadas às paredes do equipamento, com valores próximos a 2 % (m/m), quando do emprego conjunto de folha e talo e inferior a 2 % (m/m) quando da produção a partir de folhas e talos de modo isolado. Por outro lado, o acréscimo de amido no processamento diminuiu a aderência às paredes do equipamento, facilitando a secagem e proporcionando um incremento no rendimento, para 5,8 % (m/m). Com a farinha produzida com talo e folha sem adição de amido foram realizadas análises, em triplicata, de umidade, cinzas, fibras, proteínas, lipídeos e carboidratos, os valores encontrados foram de 10,51 ± 0,43%; 18,9 ± 0,73%; 10,51 ± 0,8%; 31,48 ± 0,9%; 5,84 ± 0,3% e 25,14 ± 3,9%, respectivamente. A determinação da composição centesimal da farinha com amido ainda não foi concluída, mas, com base nos testes efetuados, é possível concluir que o método em estudo é viável para a produção de farinha de couve desde que acrescida de amido ou outro adjuvante, para aumentar o rendimento e viabilidade econômica da produção bem como a agregação de renda a atividade agroindustrial através do aproveitamento dos resíduos.

Palavras-chave: Couve, reaproveitamento de resíduos, Farinha e Spray Dryer.


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