ASSOCIAÇÃO DA RAZÃO TG/HDL-C COM INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS PREDITORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM TRABALHADORES DA INDÚSTRIA

Patrik Nepomuceno, Cassiane de Mendonça Braz, Kely Lisandra Dummel, Luíza Müller Schmidt, Miriam Beatrís Reckziegel, Hildegard Hedwig Pohl

Resumo


As doenças cardiovasculares podem ser consideradas um grave problema de saúde pública. Entre os diversos fatores que podem agravar esta condição está a obesidade central. Novos métodos de predição do risco cardiovascular têm surgido ao longo do tempo, entre estes está a razão triglicerídeo/lipoproteína de alta densidade (TG/HDL-c), que tem sido apontada como um importante preditor de risco, estando relacionada às altas concentrações de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c). A LDL-c possui duas subfrações, tipo A e B, estudos apontam que o tipo B é altamente aterogênico e está associada a razão TG/HDL-c. Portanto o objetivo deste estudo foi verificar se há associação da razão TG/HDL-c com os indicadores antropométricos preditores de risco cardiovascular. Trata-se de um estudo comparativo em que foram avaliados 37 trabalhadores da indústria da Região do Vale do Rio Pardo e abordadas variáveis antropométricas preditoras do risco cardiovascular e bioquímicas. O índice de massa corporal (IMC) foi dicotomizado em adequado (<25kg/m²) e inadequado (>25kg/m²). Assim como valores adequados de circunferência da cintura (CC) aqueles <80cm para mulheres e <94cm para homens. Os valores de relação cintura quadril (RCQ) foram classificados em risco baixo ou moderado (adequado) e alto ou muito alto (inadequado). Já para a área de gordura visceral (AGV) foram considerados adequados resultados <100cm² e na relação cintura estatura (RCEst) valores adequados <0,5. Para a razão TG/HDL-c foram considerados adequados resultados <3,8, sendo excluídos sujeitos com valores de TG maiores que 400ml/dL. Os dados foram analisados no Statistical Package for Social Sciences for Windows (SPSS – versão 20.0), utilizando estatística descritiva (média e percentual) e analítica (teste de Qui Quadrado), considerando p <0,05. Nos sujeitos deste estudo predominou o sexo feminino (67,6%) e a média de idade foi de 37,21±6,23 anos. Com relação ao IMC pode-se perceber que a maior parte dos trabalhadores (54,1%) apresentou excesso de peso e valores inadequados de CC e RCQ em 35,1% e 24,3%, respectivamente. Para a AGV foram encontrados os mesmos percentuais (35,1%) de sujeitos com índices inadequados assim como os da CC. A RCEst e a razão TG/HDL-c apresentaram valores inadequados em 45,9% e 16,2% dos trabalhadores, respectivamente. Pode-se perceber que não houve associação estatisticamente significativa entre a razão TG/HDL-c e os indicadores antropométricos nesta população, diferente de resultados encontrados em outros estudos. Percebe-se que os sujeitos avaliados apresentaram excesso de peso, embora os demais indicadores antropométricos tenham sido classificados com predomínio de classificação adequada. No que se refere à razão TG/HDL-c não foi encontrada associação estatisticamente significativa com indicadores da condição cardiovascular, portanto podemos observar que esta não se mostrou efetiva na predição do risco cardiovascular na população estudada.


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