DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÕES COSMÉTICAS UTILIZANDO ÓLEO DE ABACATE
Resumo
Esta pesquisa está sendo realizada no projeto intitulado "Desenvolvimento de novos produtos oleoquímicos no Centro de Excelência em Produtos e Processos Oleoquímicos e Biotecnológicos do TecnoUnisc visando incentivar a cadeia produtiva de óleos vegetais da região do Vale do Rio Pardo, RS", que tem por objetivo aumentar a potencialidade de desenvolvimento de produtos oleoquímicos, a fim de estimular a cadeia produtiva local para obtenção de óleos vegetais que possam ser utilizados como matérias-primas na indústria química, de cosméticos e/ou de fitoterápicos. O abacate (Persea americana Mill) é uma fruta muito energética devido ao seu elevado conteúdo de gordura, possuindo quantidades significativas de vitaminas lipossolúveis, fitosterol, lectina, fibras, potássio e moderada quantidade de betacaroteno. A fruta é muito reconhecida pela importância do óleo fixo extraído de sua polpa, pois esse óleo possui várias substâncias medicinais em sua composição, principalmente antioxidantes naturais como a vitamina E e ácidos graxos insaturados que exercem seletivos efeitos fisiológicos sobre humanos, além de sua fração insaponificável, responsável pelas propriedades regenerativas da epiderme. A presente pesquisa teve como objetivo desenvolver formulações cosméticas a partir do óleo do abacate. Para isso, utilizou-se o óleo fixo de abacate fornecido pela empresa Avocado BR. Inicialmente, avaliou-se a qualidade do mesmo, quanto às suas características organolépticas e físico-química (densidade relativa, índice de refração e cromatografia gasosa acoplada espectrometria de massas -CG/EM). Em seguida, desenvolveram-se formulações para uma linha capilar (shampoo e condicionador) e corporal (creme para mãos e pés). A escolha das formulações foi baseada no alto teor nutritivo do abacate tendo assim características hidratantes tanto para pele como para o couro cabeludo. Foram desenvolvidas seis formulações capilares e dez corporais. Após manipulação, as formulações foram avaliadas quanto à sua estabilidade acelerada (verificando as características sensoriais, aspecto, pH e viscosidade). Quanto às características organolépticas, o óleo apresentou-se como um líquido oleoso límpido de cor verde musgo com odor característico da fruta. Na análise físico-química, o mesmo apresentou densidade de 0,8969 g/mL e índice de refração de 1,4678, sendo que os dois parâmetros estão dentro dos valores definidos pela literatura. Quanto à sua composição, foi possível identificar os ácidos graxos: ácido palmítico e ácido oleico através da análise por CG/EM. Quanto às formulações, observou-se que as da linha capilar não obtiveram êxito no quesito estabilidade, já que a partir do 14º dia houve separação das fases, separando o óleo de abacate dos demais componentes, especialmente nos shampoos. Quanto às emulsões da linha corporal, até o presente momento, todas resistiram à estabilidade acelerada, mantendo suas características dentro das especificações (porém o processo encontra-se em andamento). Espera-se obter êxito nestas formulações e apresentá-las a empresas que apresentem interesse na diversificação de produtos que utilizam matéria-prima de origem vegetal, estimulando assim a biodiversidade e alavancando a cadeia produtiva de óleos vegetais na região.
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