OBTENÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DA LARANJA DOCE CITRUS SINENSIS (L.) OSBECK A PARTIR DAS CASCAS SECAS E FRESCAS PARA DESENVOLVIMENTO DE AROMATIZANTE DE AMBIENTE

Fatima Karina Bolico da Silva, Vanessa Caroline Hermes, Lectícia Enedina Moraes Machado, Marina Leão, Rosana de Cassia de Souza Schneider, Chana de Medeiros da Silva

Resumo


A laranja é o fruto produzido pela laranjeira Citrus sinensis (L.) Osbeck, uma árvore pertencente à família Rutaceae, conhecida no Brasil como laranja doce, cujos seus princípios ativos são ricos em metabólitos secundários, como os carotenoides, as antocianinas, flavonoides, carboidratos, vitamina C e óleos essenciais. O objetivo deste estudo foi extrair e avaliar o rendimento, a composição química e a qualidade do óleo essencial obtido das cascas frescas e secas da laranja e ainda, desenvolver um aromatizante de ambiente a partir dos óleos obtidos. As frutas foram doadas por um citricultor da região associado à Coopersanta. Inicialmente, foram selecionadas, lavadas e após, descascadas. Em seguida, cerca de 1000g de cascas foi colocada para secagem (estufa de ar circulante a 38°C por 48 horas). A extração dos óleos (tanto a partir das cascas frescas quanto secas) foi realizada pelo método de hidrodestilação por arraste a vapor, utilizando um aparelho do tipo clevenger por um período de 3 horas. Após a extração, os óleos obtidos foram analisados quanto a sua composição por cromatografia em camada delgada (CCD) e cromatografia gasosa acoplada à espectrofotômetro de massas (CG-EM), bem como foram submetidos aos testes de controle de qualidade para óleos voláteis, segundo metodologia descritas pelas Farmacopeias Brasileiras, Europeia e Britânica (características organolépticas, densidade relativa e índice de refração). Após análise da qualidade, foram desenvolvidos dois aromatizantes de ambientes, um com o óleo obtido das cascas frescas e outro a partir das cascas secas. Foi possível obter os dois óleos essenciais, que apresentaram rendimentos muito parecidos, sendo que, para as cascas secas seu rendimento foi de 1,8% e para as cascas frescas 2,0%. Os principais componentes majoritários encontrados em ambos os óleos foram o limoneno, a-pineno, linalol, mirceno, octanol e valenceno. Quanto às características organolépticas, ambos apresentaram aspecto homogêneo, oleoso e levemente amarelado para as cascas secas e mais incolores para as frescas, porém ambos límpidos apresentaram forte odor cítrico, porém mais aromático para as cascas frescas e mais pungente para as cascas secas. No parâmetro densidade relativa, os resultados foram 0, 849 g/mL e 0, 848 g/mL, para os obtidos das cascas secas e frescas, respectivamente. Quanto ao índice de refração encontrou-se o valor de 1, 471 e 1, 476 para as igualmente. O bioproduto desenvolvido foi um aromatizante em frasco spray de 50 mL testado na Universidade de Santa Cruz do Sul, no laboratório de Farmacognosia, o qual foi submetido a testes sensoriais, que revelaram sua aceitabilidade e aroma marcante, além do cheiro característico cítrico da fruta. A partir deste trabalho pode-se avaliar que é possível desenvolver aromatizantes de ambiente feitos a partir de óleos essenciais extraídos de plantas cultivadas na região, estimulando assim a busca por novos produtos, estimulando a biodiversidade da região e promovendo arranjos locais que agreguem maior valor e interesse aos produtos desenvolvidos na região. 


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