AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE NASCENTES NA BACIA DO ARROIO ANDRÉAS, RS, UTILIZANDO VARIÁVEIS FÍSICAS, QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS

Valmir Eduardo Steindorff, Francisco Moraes Taques, Dionei Minuzzi Delevati, Eduardo Alexis Lobo Alcayaga

Resumo


A UNISC, em parceria com a empresa Universal Leaf Tabacos e a Fundación Altadis desenvolveram o projeto “Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na Bacia do Arroio Andréas, RS, Brasil”, denominado “Protetor das Águas”, cujo objetivo principal foi proteger as nascentes e áreas ripárias da referida bacia, visando garantir a preservação dos recursos hídricos mediante o pagamento aos agricultores de pequenas propriedades pelo fornecimento de serviços ambientais de proteção das nascentes e áreas ripárias que se situam em suas propriedades. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou avaliar a qualidade da água das nascentes destas áreas de preservação, utilizando programas de monitoramento ambiental (variáveis físicas, químicas e microbiológicas). Desta forma, foram selecionadas 20 estações amostrais localizadas nas nascentes da bacia, onde foram realizadas excursões científicas mensais durante o período de julho de 2016 a julho de 2017, totalizando 260 amostras. Foram consideradas como parâmetros de avaliação ambiental as seguintes variáveis: temperatura, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio após cinco dias, nitrato, nitrogênio amoniacal, fosfato, sólidos totais dissolvidos e coliformes termotolerantes. A avaliação da qualidade da água foi feita utilizando a resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água em função dos usos aos quais se destinam. Os resultados mostraram que 90% das 260 amostras analisadas enquadram-se nas Classes 1 (59,2%) e 2 (30,8%) da resolução CONAMA 357/2005, indicando que estes pontos amostrais caracterizam-se como águas de boa qualidade, apropriadas para o consumo humano, após tratamento simplificado, à proteção das comunidades aquáticas e à recreação de contato primário (balneabilidade), dentre as suas principais características. Já com relação a pontos amostrais críticos por apresentarem uma qualidade da água fora dos padrões desejados, os resultados mostraram que 10% das 260 amostras analisadas enquadram-se nas Classes 3 (8,5%) e 4 (1,5%) da resolução CONAMA 357/2005, indicando que estes pontos amostrais apresentam usos bem mais restritivos. Estes resultados poderiam ser explicados considerando que, mesmo protegidas, estas áreas ainda encontram-se sujeitas ao impacto de uma série de atividades antrópicas locais, como por exemplo, o aporte de nutrientes e de carga orgânica oriundos da criação de animais, bem como do excesso de fertilizantes e insumos agrícolas utilizados em lavouras. Com a continuidade da preservação destas áreas, espera-se que a qualidade da água destas nascentes e áreas ripárias, principalmente aqueles pontos amostrais classificados como críticos, atinja, no máximo, as classes de uso 1 e 2 do CONAMA, a fim de garantir água de boa qualidade para uso por parte da população.



Apontamentos

  • Não há apontamentos.