PSICOLOGIA POSITIVA E ECONOMIA CRIATIVA: RELAÇÕES IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Resumo
As relações de trabalho estabelecidas desde o início do século XX, pelos modelos de produção em massa, introduzidos pelo modelo fordista, vem caracterizando-se cada vez mais como inadequadas e ineficientes, principalmente na economia criativa e na indústria criativa que tem como base do trabalho a criatividade e a inovação. Neste sentido, repensar as relações de trabalho é indispensável, principalmente no cenário atual, pós globalização, em que a emergência de necessidades contemporâneas exige soluções atípicas advindas de ideias criativas e inovadoras. Porém, apenas é possível se pensar em ideias criativas e inovadoras a partir de um ambiente organizacional propício a este processo. Empresas que possuem políticas de suporte social e mantém sua cultura organizacional voltada para ao incentivo às potencialidades e focando no bem-estar dos seus colaboradores, possuem o capital psicológico como vantagem empresarial, além de obterem um melhor desempenho e engajamento de seus colaboradores. A psicologia positiva emerge justamente para tratar das concepções relacionadas às potencialidades dos sujeitos, deixando de lado o já consolidado campo de atuação psicológico voltado para a díade saúde/doença, não em contraponto, mas sim como forma de complemento. A emergência da psicologia positiva no final do século XX trouxe um novo paradigma psicológico para a compreensão das relações interpessoais, em especial as relações estabelecidas entre os sujeitos e seu meio. Essa compreensão diz respeito ao nível de bem-estar e por consequência o florescimento das potencialidades do ser humano. Os aspectos metodológicos abordados nesta pesquisa referem-se à pesquisa bibliográfica. Para tal, realizou-se a pesquisa na base de dados Google Scholar, no mês de junho deste ano. Com o termo de busca “Psicologia Positiva” e sua relação com “Economia Criativa”. Dos primeiros resultados encontrados destaca-se que a inserção do psicólogo no âmbito do trabalho teve seu desencadeamento a partir da segunda guerra mundial. Neste momento histórico a psicologia passa a focar-se na demanda de sofrimento psíquico originárias do período pós-guerra (PUREZA et al. 2012). Desde então as relações de trabalho, como foco de intervenções e estudos de psicologia, referem-se à díade saúde/doença. Segundo Seligman e Csikszentmhihalyi (2000) referenciados por Marujo et al. (2007, p. 117), “desenvolveu-se uma concepção e abordagem do ser humano baseada e influenciada, pela doença mental e pelas disfuncionalidades dos sistemas e organizações”. Pureza et al. (2012) ressalta que a partir dos anos 70, ao referenciar a Organização Mundial da Saúde (OMS), introduziu-se o modelo biopsicossocial para a compreensão do conceito de saúde, procurando distanciar-se do modelo médico e se aproximar aos aspectos colaborativos para a qualidade de vida. Neste sentido, a psicologia positiva aborda o Capital psicológico como sendo um recurso a ser cultivado e utilizado nas relações de trabalho o quê é importante para o desenvolvimento da economia criativa. Luthans e Youssef (2004) reforçam que as capacidades psicológicas formam o capital psicológico positivo, que se referem ao “quem sou”; diferentemente do capital humano, que se refere ao “o que sei” e, ao capital social, representando “quem conheço”. Estes construtos aplicados ao campo do trabalho e organizacional não apenas beneficiam a organização, mas também seus colaboradores e o desenvolvimento da inovação.
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