MENSURAÇÃO DO CLIMA PARA INOVAÇÃO NA INCUBADORA TECNOLÓGICA DA UNISC

Gabriela Zucchetti Kessler, Rejane Frozza, Ricardo Melo Czekster, Caroline Secretti, Marcia de Bastos Braatz, Liane Mählmann Kipper

Resumo


As incubadoras tecnológicas apoiam e incentivam empreendedores a transformarem suas ideias inovadoras em negócios de sucesso. Para a geração de ideias inovadoras, precisa-se ter um clima para inovação favorável dentro das incubadoras. Define-se clima para a inovação, um ambiente ou uma cultura que incentiva a criatividade e inovação através de sistemas positivos de reconhecimento, apoio e recompensas. Conceitua-se o clima para inovação para mostrar como as Incubadoras Tecnológicas dos centros universitários podem auxiliar as empresas a desenvolver a inovação na sua gestão e desenvolvimento de produto. O trabalho apresentou como objetivo mensurar o clima para inovação das empresas vinculadas à Incubadora Tecnológica (ITUNISC) da Universidade de Santa Cruz do Sul - RS. Por meio de um estudo de caso múltiplo e da aplicação de um questionário para a realização da coleta de dados observou-se como a Incubadora Tecnológica transfere o seu conhecimento de gestão da inovação para as empresas que estão incubadas no parque tecnológico da universidade. Na pesquisa, identificou-se uma lacuna existente no monitoramento do clima para inovação em Incubadoras Tecnológicas. Existem muitas teorias sobre como medir o clima para a inovação, mas na prática o monitoramento da inovação ainda é incipiente e as métricas definidas ainda estão em discussão. Nesse estudo foram usadas as seguintes dimensões para mensurar o clima para inovação (Ekvall, 1996 e Benetti et al., 2012): desafio e participação, liberdade, dinamismo, apoio à ideia, tempo para ideias, conflitos, debates, descontração e humor, confiança e abertura e correr riscos. A despeito de se acertar ou não na identificação dos fatores que compõem os indicadores, autores destacam problemas relacionados à construção de instrumentos de mensuração da inovação, como lacunas de mensuração (ADAMS, BESSANT e PHELPS, 2006) as quais são divididas em lacuna de validade, onde não se tem prova que a métrica utilizada, realmente mede o que se deseja e a lacuna de omissão, que observa aspectos relacionados à inovação, mas não tem métricas para mensurá-los. Os principais resultados encontrados nos estudos de caso múltiplo apontam que a maioria das empresas entrevistadas ficaram vinculadas em média um ano e meio à ITUNISC. Em relação as dez dimensões mensuradas para a definição do clima para inovação destacam-se que a grande maioria revelou que as Incubadoras Tecnológicas são ambientes de inovação que apresentam um bom clima inovacional. Em relação a dimensão dinamismo, observou-se a necessidade de gerar ações para promover iniciativas para inovar alinhadas com a estratégia organizacional. Em relação à dimensão apoio à ideia, notou-se que a busca de recursos para inovar em diferentes fontes (capital de risco, órgãos do governo, parceiros, etc), deve ser ampliada. Nessa mesma dimensão observou-se que as empresas entrevistas devem oportunizar mais tempo, incentivos financeiros ou apoio à criatividade e inovação para seus funcionários. Na dimensão conflitos, uma boa parte das empresas entende que a tensão emocional prejudica no trabalho. Nessa questão a incubadora tecnológica poderia auxiliar na mudança desse paradigma, tornando a tensão emocional um fator positivo no processo de inovação. A criação de oportunidades, atração e valorização da diversidade de pessoas, conhecimentos e capacidades na comunicação externa e interna dela, ainda pode ser melhor trabalhado pelas empresas entrevistadas.

 


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