ÁREA DE GORDURA VISCERAL E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS CARDIORRESPIRATÓRIAS EM TRABALHADORES
Resumo
A área de gordura visceral frequentemente está relacionada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o que torna importante a sua avaliação para subsidiar uma intervenção precoce. Também a aptidão cardiorrespiratória é outra variável associada à saúde cardiovascular, estando a detecção de níveis baixos associada a um maior acometimento de doenças cardiovasculares. Atualmente existem alguns métodos que buscam estimar a gordura visceral, entre os quais pode a bioimpedância, que avalia a área de gordura visceral (AGV) e permite associação com demais variáveis que contribuem para maximizar o risco cardíaco. Este estudo tem como objetivo verificar a relação entre a AGV e variáveis cardiorrespiratórias. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 55 trabalhadores da agroindústria, de ambos os sexos, pertencentes aos municípios da microrregião sul do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (COREDE/VRP), participantes do projeto “Triagem de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde”. Foram verificadas as variáveis AGV, com aparelho de bioimpedância INBODY 720, Consumo Máximo de Oxigênio (VO2Máx) analisado de forma indireta através do protocolo Bruce Modificado, frequência cardíaca (FC) em repouso, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) em repouso. O VO²Máx. foi classificado considerando os pontos de corte de Cooper, a FC pelas normas da YMCA, PAS e PAD pela VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, após a classificação estas variáveis foram dicotomizadas como ideal e abaixo do ideal, já a AGV foi classificada como normal e alterada, de acordo com Pitanga. A análise foi realizada por meio de frequência e percentual, e as variáveis relacionadas pelo teste Chi-quadrado de Pearson, considerando p<0,05. Os resultados apontam para 47,17 % dos indivíduos com AGV alterada. Quando associadas às variáveis entre si, constatou-se que a maior parte (64%) daqueles que apresentaram a AGV alterada, obtiveram um resultado abaixo do ideal para o VO2Máx., enquanto que 71,43% daqueles que apresentaram a AGV normal obtiveram o resultado ideal (p=0,01). Quanto às variáveis cardiovasculares FC, PAS e PAD não se observaram diferenças significativas de sua relação com a AGV normal ou alterada. Os resultados apresentam relação entre AGV alterada com menores valores de VO2 Máx., indicando que indivíduos com maior área de gordura visceral apresentaram condição cardiorrespiratória baixa. Sugere-se a realização de novos estudos com maior número amostral possibilitando ampliar a relação da AGV com as variáveis cardiovasculares.
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