CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DE PROFESSORES E PROFESSORAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA REGIÃO DA 6° COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO

Larissa Pacheco dos Santos, Bárbara Susanne Etges, Moacir Fernando Viegas

Resumo


O resumo aqui desenvolvido apresenta um recorte de pesquisa oriundo do projeto em andamento “Trabalho docente e reconhecimento: produção, assimilação de saberes e formas de enfrentamento”. Com este estudo, objetivamos descrever, analisar e compreender como são produzidos e assimilados os saberes do trabalho docente em escolas públicas da região da 6° Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), RS, em seu enfrentamento da divisão e organização do trabalho capitalista, na luta pelo reconhecimento. Além disso, buscamos conhecer as condições de trabalho e saúde das docentes da região. Esta pesquisa é de natureza quali-quantitativa e seus sujeitos são professoras e professores das redes estadual e municipal de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Iniciamos nossa ação através da aplicação de um total de 204 questionários em 60 escolas de municípios que fazem parte da 6ª CRE. Dessa forma, reunimos informações quantitativas que foram organizadas conforme os eixos do questionário. No primeiro deles, “Perfil Socioeconômico”, buscamos dados como idade, sexo, estado civil, escolaridade e renda. Em seguida, no eixo “Trabalho e Condições de Trabalho”, nos referimos à carga horária semanal, horas utilizadas para atividades escolares fora do ambiente de trabalho, níveis de ensino, turnos e escolas em que cada docente trabalha e também há quanto tempo trabalha com o ensino. Em relação aos “Aspectos Psicossociais”, abordamos questões que buscam discutir e propiciar uma reflexão acerca do nível de motivação para o trabalho de cada docente, capacidade de gestão da carga de trabalho, autoestima, entre outras, além de buscar conhecer os sintomas que estas possuem, e que relacionam ao trabalho. No eixo “Qualificação Profissional”, buscamos conhecer um pouco mais sobre a formação continuada desses professores e seu desejo ou não em continuar estudando. Por último, no item “Participação Social e Política”, buscamos conhecer um pouco sobre a participação docente em diferentes instituições e, em especial, seu envolvimento com o sindicato, questionando a importância que este possui em suas vidas. Em uma de nossas únicas questões abertas, pudemos encontrar, em muitas falas, sentimentos como tristeza, sensação de abandono e também pudemos conhecer realidades distintas, diversas experiências, desejos e sonhos. Assim, com a intenção de melhor organizar e discutir os resultados obtidos, categorizamos as falas a partir dos itens: a) Valorização profissional; b) Desvalorização profissional; c) Organização do Trabalho; d) Saúde Mental e e) Autoestima e Falta de Esperança. Os dados revelam que a maioria dos docentes da região são mulheres que possuem entre 35 e 54 anos de idade. Em relação à escolaridade, observamos que a metade delas (18,9%) possui pós-graduação/especialização e poucas ingressaram no mestrado. Muitos (69%) trabalham cerca de 40 horas semanais e gastam de 5 a 15 (66,2%) horas semanais na realização de atividades escolares fora do horário de trabalho. Verificamos também que um número bastante significativo de trabalhadores sofre de problemas de saúde, como dores nas costas, desgaste emocional, esgotamento mental e ansiedade, muitas vezes fazendo uso de um ou mais medicamentos para estes sintomas. O levantamento de informações ainda contará com a realização de entrevistas e grupos de discussão.

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