ESTUDO DE UM SOLO RESIDUAL DE BASALTO PARA EMPREGO NO REVESTIMENTO PRIMÁRIO DE ESTRADAS RURAIS

Taline Koch, Caroline Castilhos Rezende, Larissa Caroline Vogt, Nícholas Matheus Lau, Leandro Olivio Nervis

Resumo


O modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil possuindo uma das malhas rodoviárias mais extensas do mundo, entretanto, ainda está muito atrás das principais economias mundiais, com apenas 21% das vias pavimentadas. O tratamento que vem sendo dado à estas estradas, evidencia que este campo necessita de maior atenção, buscando o desenvolvimento de alternativas que auxiliem em uma melhor utilização dos recursos técnicos e financeiros disponíveis. Neste contexto realizaram-se procedimentos para classificação de um solo da região de Novo Xingu-RS, visando viabilizar sua utilização quanto revestimento primário da estrada rural, através de ensaios de caracterização como: granulometria, limites de Atterberg e peso específico real dos grãos e ensaios de compactação. A partir da curva granulométrica foi possível observar que o solo estudado trata-se de uma argila siltosa, sem presença de pedregulho e com uma porcentagem de areia pouco significativa e peso específico dos grãos (?s) de 28 kN/m³, coerente com a granulometria do solo. Quanto à plasticidade, é considerada baixa, o que pode ser explicado pelo fato do solo se encontrar em estágio avançado de intemperismo. Comparando o Limite de Liquidez (LL) e o Índice de Plasticidade (IP) com valores típicos de alguns solos brasileiros, verifica-se que para um solo residual de basalto, o qual se trata o solo em estudo, os valores de LL se situam entre 45 a 70%, sendo que, portanto, o valor obtido de 58% fica compreendido nesse intervalo. Entretanto, o valor de IP de 9% fica abaixo do intervalo de 20 a 30%, indicando um solo, de certa forma, surpreendentemente pouco plástico. Em relação às classificações geotécnicas convencionais, o solo é definido como MH no Sistema Unificado de Classificação dos Solos (SUCS), o que corresponde a um silte de alta compressibilidade e como um solo siltoso (A-5) no sistema da AASHTO. Nota-se, com isso, que não há coerência com a granulometria do solo, pois trata-se de um solo argiloso, o qual, possui origem basáltica e foi retirado de um horizonte muito intemperizado. Isso valida o fato de que as classificações tradicionais muitas vezes apresentam problemas quando empregadas para solos desenvolvidos em ambientes tropicais e subtropicais, empregando nestes casos, a classificação MCT. Assim, o solo estudado possui comportamento laterítico, por apresentar coloração avermelhada e elevada porcentagem de argila, além de ter sido extraído do horizonte B de uma área bem drenada, coerente assim com a pedologia, onde, trata-se de um latossolo, sendo o solo analisado pertencente ao horizonte B do perfil, constituindo-se num solo muito intemperizado, com predomínio de caulinita e óxidos de ferro. Trata-se mais especificadamente de um LG’ (solo argiloso laterítico) referente a argilas siltosas, apresentando como propriedades, quando compactados no peso específico aparente seco máximo da energia normal, baixa expansão, contração média a elevada, bom coeficiente de permeabilidade, entre outras, sendo os segundos mais recomendados no emprego em revestimento primário. Sendo assim, a argila estudada, a qual possui comportamento laterítico, mesmo sem a presença de material granular garante capacidade de suporte da via, que para solos com esse comportamento, muitas vezes pode ser dispensada a introdução de material granular. Entretanto, se tratando de atrito, é necessário adicionar sobre a argila compactada um material que garanta uma boa aderência entre pneu e pista.

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