AS CONTRIBUIÇÕES DA AGROECOLOGIA PARA O ALCANCE DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)
Resumo
Os princípios que fundamentam a agroecologia demonstram uma grande aproximação com os propósitos da chamada agricultura sustentável, que, por sua vez, atingiu um patamar internacional ao ser contemplada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que compõem a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Os movimentos agroecológicos têm como objetivos a sustentabilidade ambiental, a segurança alimentar e a consequente promoção de mudanças sociais, ao mesmo passo em que a agricultura sustentável também apoia-se no respeito e na manutenção do meio ambiente, na justiça social e na viabilidade econômica da atividade, visando garantir para as gerações futuras o suprimento de suas necessidades e a qualidade de vida no planeta. A proposta de investigar o estado da arte acerca da agricultura sustentável, objetivo do presente estudo, surge da necessidade de fundamentar as discussões junto ao projeto de pesquisa intitulado “Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica: a construção de sentidos entorno das diretrizes nacionais pelo Grupo de Agricultores Ecologistas de Forqueta, Arroio do Meio, RS, Brasil”, que conta com apoio do CNPq por meio do Edital Universal. A abordagem adotada foi a qualitativa e o estudo é caracterizado como bibliográfico e documental. A pesquisa bibliográfica foi realizada no Portal de Periódicos da plataforma CAPES onde foram lançadas as palavras-chaves: Sustainable Development Goals; agriculture; sustainability; agricultura sustentável; Green Revolution; Revolução Verde; campesinato; e, agroecologia, sem que fossem aplicados filtros de tempo. Uma vez selecionados os artigos, realizou-se a leitura dos resumos e, na sequência, a leitura integral daqueles que mais se aproximavam dos objetivos do projeto. As análises levaram em consideração a análise textual, um processo de desconstrução, seguida de reconstrução, de um conjunto de materiais linguísticos e discursivos, que permite novos entendimentos sobre os fenômenos e discursos investigados, e uma leitura rigorosa e aprofundada, de forma a atingir uma compreensão mais elaborada do problema posto pela pesquisa. Os resultados demonstraram que por muito tempo a agricultura tradicional, aquela que faz-se valer de técnicas milenares de produção, conhecimentos passados pela sucessão familiar e que tem no elo propriedade-família sua característica marcante, foi rechaçada pelas lógicas de maximização da produção e eficiência econômica, que fundamentam a agricultura convencional, muito influenciada pela Revolução Verde. Entretanto, a agroecologia e o campesinato retomam esses valores, ressignificando-os e adaptando-os para a criação de um organismo sustentável e estável no qual, seres humanos, recursos naturais e biodiversidade convivem e dependem uns dos outros, sendo também mecanismo de mudança do status-quo social. Apesar de não figurar como um dos objetivos dos grandes atores sócio-políticos quando das discussões envolvendo a segurança alimentar, a agroecologia e o campesinato vislumbram um vasto horizonte com a divulgação da Agenda 2030, especialmente do Objetivo número 2, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o qual versa sobre a erradicação da fome, alcance da segurança alimentar e da melhoria nutricional, além da promoção da agricultura sustentável.
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