A POTENCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA DIAGNOSTICADA COM TEA ATRAVÉS DA COMPLEXIFICAÇÃO DA RELAÇÃO PROJETO-FAMÍLIA

Alice Petry da Silva, Nize Maria Campos Pellanda

Resumo


O presente resumo consiste em trazer algumas provocações diante dos estudos do projeto de pesquisa intitulado “Na Ponta dos Dedos: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetivação”, pelas pesquisadoras que se encontram na linha de frente dos atendimentos realizados com crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para tal, utilizamos o objeto técnico iPad, investigando o acoplamento humano-máquina, além do acoplamento sujeito-sujeito com crianças diagnosticadas com TEA. Este projeto é amparado pelo Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas – GAIA que procura aprofundar seus estudos nas emergências da ciência contemporânea, apostando na subjetividade e na formação humana complexa. Assim, o projeto vinculado traz em suas abordagens: a complexidade, o TEA, a tecnologia touch, o acoplamento tecnológico e a ontoepistemogênese, termo este cunhado pelo GAIA para dar conta da inseparabilidade viver/conhecer. O projeto preza por observações e relações sensíveis para que possamos sempre compreender além do que se vê, pois atos muito singelos ou até mesmo considerados óbvios por crianças que não possuem o diagnóstico podem trazer grandes significações e avanços em nossas pesquisasalém disso, ao decorrer dos atendimentos das crianças – que ocorrem no Sistema Integrado de Saúde (SIS) nas dependências da UNISC – podemos perceber como a aceitação da família passou a influenciar no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Assim, passamos a entender de outra forma essa relação projeto-família, procurando maneiras de deixar essa família cada vez mais próxima e ajudar a compreender essa criança como um ser autônomo e capaz, estando muito além de um diagnóstico. A pesquisa ainda está em andamento, portanto há resultados finais, porém, compreende-se parcialmente que as crianças diagnosticadas com TEA obtiveram construções significativas de vínculos, melhoria na capacidade de trabalhar suas frustrações, melhoria da sensibilidade auditiva, um fluxo de viver mais autônomo, maior demonstração de sentimentos, etc. Além disso, a cada atendimento há diferentes possibilidades e desafios encontrados através do iPad, tanto para as crianças como para as pesquisadoras que estão na linha de frente. Através disso, são realizadas autonarrativas pelos bolsistas e os atendimentos são filmados para discussões posteriores com os integrantes do GAIA. Sendo assim, o acoplamento tecnológico, apostando na tecnologia touch e nas relações projeto-família, potencializam o desenvolvimento do sujeito como um todo, sendo através de transformações cognitivas, subjetivas e/ou físicas.


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