NARRATIVAS DE ADOLESCENTES SOBRE DROGAS: A ESCOLA COMO LUGAR DE POTÊNCIA
Resumo
O Programa Saúde na Escola (PSE) propõe uma articulação entre o sistema de saúde e o sistema educacional, na intenção de promover uma formação integral dos estudantes da rede pública. A pesquisa do qual provém este resumo, Narrativas de adolescentes sobre drogas e os serviços de saúde mental CAPSia e CAPS ad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul, objetiva entender o lugar que a droga ocupa na constituição subjetiva dos adolescentes, para contribuir com ações de prevenção ao uso abusivo de drogas e promoção de saúde, sendo essas atuações um dos propósitos do PSE. A metodologia consiste em um encontro com a equipe diretiva, e posteriormente a realização de três encontros na modalidade de grupos focais, com no máximo 15 alunos entre 12 a 18 anos, com frequência semanal. No primeiro encontro usa-se a técnica “chuva de ideias”, buscando evidenciar as concepções que os adolescentes trazem sobre a temática da droga e da drogadição; no segundo momento é realizada uma discussão com os integrantes acerca das concepções trazidas/construídas anteriormente, e no terceiro encontro propõe-se a realização de uma produção lúdica de maneira a usar a criatividade como um recurso que possibilite a expressão e a reflexão sobre os discursos e sentidos produzidos no coletivo. Por meio da pesquisa, constata-se que a escola configura um lugar de potência para promoção de saúde mental dos jovens ali inseridos. O PSE, por sua vez, dispõe de dispositivos para avaliação da saúde dos alunos, promoção de saúde, atividades de prevenção, educação permanente e capacitação dos profissionais, além do monitoramento das crianças e jovens. As ações do PSE são realizadas de modo a integrar as escolas às suas respectivas unidades de saúde, compreendendo as noções de territorialidade. Em relação aos discursos dos adolescentes produzem-se sentidos que referem a um desejo de falar sobre o assunto “drogas”, explicitando seus saberes a respeito da temática. Ao mesmo tempo, evidenciando que a escola pode ser um lugar de expressão e a partir disso constituir um espaço para prevenção ao uso de drogas. As informações trazidas pelas equipes diretivas das escolas visitadas demonstram, de forma geral, que a escola se configura como um campo de ações de prevenção, por meio de palestras. Ressalta-se que a demanda acerca da drogadição se faz presente no ambiente escolar, uma vez que a equipe diretiva lida com a realidade das famílias e do território, acessando informações sobre o uso, tráfico e pontos de venda que envolvem a comunidade escolar. Desse modo, a escola é reconhecida como lugar de potência, na medida em que constitui espaço de produção de dados que sustentam ações de prevenção ao uso e abuso de drogas e promoção de saúde no âmbito da adolescência.
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