A CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS COMO POTENCIALIZADORA DO DESENVOLVIMENTO DE SUJEITOS DIAGNOSTICADOS COM TEA

Autores

  • Alice Petry da Silva UNISC
  • Fernanda Luana Hoppe UNISC
  • Nize Maria Campos Pellanda UNISC

Resumo

O presente resumo consiste em apresentar a vivência de duas pesquisadoras do Grupo de Ações Investigações Autopoiéticas (GAIA), acadêmicas do curso de Pedagogia, dentro do projeto vinculado “Na Ponta dos Dedos: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetivação”. Essa vivência se deu a partir dos atendimentos realizados no Sistema Integrado de Saúde (SIS) nas dependências da UNISC, que possuem duração de 30 minutos focalizado em sujeitos entre 3 e 12 anos, diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em que as pesquisadoras estão na linha de frente dos atendimentos com esses sujeitos. Para os atendimentos é utilizado o objeto técnico iPad. Compreendemos essas relações sujeito-sujeito e sujeito-máquina através da complexidade. Nos aprofundamentos nos estudos referentes a tecnologia touch e no acoplamento tecnológico, além do termo central, ontoepistemogênese, termo este cunhado pelo GAIA, pensando na inseparabilidade do viver e conhecer. Portanto, buscamos romper com a abordagem tradicional do TEA, quebrando as estereotipias e apostando no processo de auto-organização para a construção de novos caminhos/respostas. Assim, trazendo a construção do vínculo com potencializador para autonomia do sujeito, e para isso, apostamos no princípio de auto-organização de Heinz Von Foerster, no conceito de autopoieses de Humberto Maturana e Fransciso Varela e na aprendizagem pelo ruído de Henri Atlan. Contudo, o sujeito possui 9 anos e ingressou no projeto em maio de 2019, apesar do pouco tempo, possui frequência, o que torna mais visível seus avanços. Durante este tempo o sujeito demonstrou uma construção significativa de vínculo, está se tornando cada vez mais autônomo, melhorando na comunicação com a pesquisadora, pois o sujeito não possui linguagem oral. Além disso, o sujeito está se alfabetizando, e através disso, buscamos diferentes possibilidades de auxiliar este processo com o objeto técnico iPad. Esta pesquisa ainda está em andamento, por isso, esses são seus resultados parciais, e através disso, nossos atendimentos são filmados e discutimos entre os integrantes do GAIA posteriormente, realizando autonarrativas pelos bolsistas para que possamos compreender essa complexificação pessoal dos pesquisadores envolvidos, já para o acompanhamento do sujeito, são realizados diários de bordos. Portanto, apostamos na tecnologia touch como potencializadora do desenvolvimento do sujeito diagnosticado com TEA, a partir dos estudos da potencialidade presente no tato discutida por Montagu e Santaella.

Biografia do Autor

  • Alice Petry da Silva, UNISC
    UNISC
  • Fernanda Luana Hoppe, UNISC
    UNISC
  • Nize Maria Campos Pellanda, UNISC
    UNISC

Publicado

2019-10-17

Edição

Seção

Ciências Humanas