Fatores associados à transmissão vertical de sífilis em um município do Estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v13i2.18097Palavras-chave:
Infecções sexualmente transmissíveis, Gravidez, Fatores de Risco, Saúde PúblicaResumo
Justificativa e Objetivos: A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível, com tratamento de baixo custo e acessível; porém, ela é considerada um problema de saúde pública. Para aprimorar o conhecimento sobre os fatores que podem contribuir para transmissão vertical da sífilis, mais estudos são necesários. Diante da elevada taxa de detecção em gestantes e dos possíveis eventos adversos da sífilis no Brasil, o objetivo foi avaliar a associação das características individuais e clínicas de sífilis com a incidência de sífilis congênita em gestantes. Métodos: Este esudo retrospectivo foi realizado em um município de médio porte no Estado de São Paulo. Foram usadas as fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e o desfecho do estudo foi a ocorrência de sífilis congênita. Foram realizadas análises bivariadas e regressão logística com as variáveis que obtiveram valores de p<0,25. Resultados: As maioria das gestantes tinha 20-34 anos (62,2%), era branca (63,2%), com escolaridade fundamental incompleta (35,4%). A ocorrência de sífilis congênita esteve associada ao diagnóstico de sífilis materno no terceiro trimestre de gestação (p<0,001) e com a não realização de teste treponêmico durante o pré-natal (p=0,014). Houve maior risco para a ocorrência de sífilis congênita os casos com diagnóstico tardio na gestação (OR=16,48; IC95% 3,22-84,26) e classificação clínica terciária/latente (OR=7,62; IC95% 1,40-41,54). Conclusão: Os principais fatores de risco para ocorrência de sífilis congênita foram o diagnóstico materno no terceiro trimestre de gestação e classificação clínica terciária/latente, reforçando a importância de um exame pré-natal de qualidade e em tempo oportuno.
Downloads
Referências
Bezerra MLMB, Fernandes FECV, de Oliveira Nunes JP et al. Congenital Syphilis as a Measure of Maternal and Child Healthcare, Brazil. Emerg Infect Dis. 2019; 25(8):1469-1476. https://doi.org/10.3201/eid2508.180298.
Tsai S, Sun MY, Kuller JA et al. Syphilis in Pregnancy. Obstetrical & gynecological survey. 2019; 74(9): 557–564. https://doi.org/10.1097/OGX.0000000000000713
Silva ÂAO, Leony LM, Souza WV et al. Spatiotemporal distribution analysis of syphilis in Brazil: Cases of congenital and syphilis in pregnant women from 2001-2017. PLoS One. 2022;17(10):e0275731. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0275731.
Benedetti KCSV, Ribeiro ADDC, Queiroz JHFS et al. High Prevalence of Syphilis and Inadequate Prenatal Care in Brazilian Pregnant Women: A Cross-Sectional Study. Am J Trop Med Hyg. 2019;101(4):761-766. https://doi.org/10.4269/ajtmh.18-0912.
Rodrigues DC, Domingues RMSM. Management of syphilis in pregnancy: Knowledge and practices of health care providers and barriers to the control of disease in Teresina, Brazil. Int J Health Plann Manage. 2018;33(2):329-344. https://doi.org/10.1002/hpm.2463.
Medeiros J, Yamamura M, da Silva ZP et al. Spatiotemporal dynamics of syphilis in pregnant women and congenital syphilis in the state of São Paulo, Brazil. Scientific reports. 2022; 12(1): 585. https://doi.org/10.1038/s41598-021-04530-y
Yang WJ, Hu HH, Yang Y et al. Unusual erythematous plaque with white scales, a case of acquired syphilis in a child and literature review. BMC Infect Dis. 2021;21(1):528. https://doi.org/10.1186/s12879-021-06114-7
Ministério da Saúde (BR). Boletim Epidemiológico – Sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde – Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. 2021. https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/outubro/14-1/boletim_sifilis-2021_internet.pdf
Korenromp EL, Rowley J, Alonso M et al. Global burden of maternal and congenital syphilis and associated adverse birth outcomes-Estimates for 2016 and progress since 2012. PLoS One, 2019; 14(2):e0211720. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0211720
Benedetti K, Ribeiro A, Queiroz J et al. High Prevalence of Syphilis and Inadequate Prenatal Care in Brazilian Pregnant Women: A Cross-Sectional Study. The American journal of tropical medicine and hygiene 2019; 101(4): 761–766. https://doi.org/10.4269/ajtmh.18-0912
Lino CM, Sousa M, Batista MJ. Epidemiological profile, spatial distribution, and syphilis time series: a cross-sectional study in a Brazilian municipality. Journal of infection in developing countries 2021; 15(10): 1462–1470. https://doi.org/10.3855/jidc.13780
Ministério da Saúde (BR). Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Doenças e Agravos de Notificação - 2007 em diante (SINAN). 2022. https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/doencas-e-agravos-de-notificacao-de-2007-em-diante-sinan/
Pires CP, Fernandes CO, Oliveira EF et al. Syphilis notifications among pregnant women in Campo Grande, state of Mato Grosso do Sul, Brazil, 2011 to 2017. Rev Soc Bras Med Trop 2020. 11;53:e20200024. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0024-2020
Ayala ALM, Jasko BGD, Biliski MJB. Análise da sífilis em gestantes nos anos de 2010 a 2019 em Joinville/SC. Espac Saúde. 2021; 22:e762. https://doi.org/10.22421/1517-7130/es.2021v22.e762
Pereira AL, Silva LR, Palma LM et al. Impacto do grau de escolaridade e idade no diagnóstico tardio de sífilis em gestantes. Femina. 2020; 48(9): 563-7. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/10/1122585/femina-2020-489-563-567.pdf
Reis GJD, Barcellos C, Pedroso MM et al. Diferenciais intraurbanos da sífilis congênita: análise preditiva por bairros do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2018; 34(9):e00105517. https://doi.org/10.1590/0102-311X00105517
Cavalcante PAM, Pereira RBL, Castro JGD. Syphilis in pregnancy and congenital syphilis in Palmas, Tocantins State, Brazil, 2007-2014. Epidemiol Serv Saude 2017; 26(2):255-264. https://doi.org/10.5123/S1679-49742017000200003
Oliveira IM, Oliveira RPB, Alves RRF. Diagnóstico, tratamento e notificação da sífilis durante a gestação em Goiás, de 2007 a 2017. Rev saúde pública 2021; 55:68. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055003122
Cardoso ARP, Araújo MAL, Cavalcante MS et al. Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de 2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil. Cien Saude Colet 2018; 23(2): 563-574. https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.01772016
Ministério da Saúde (BR). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Ministério da Saúde, 2015. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_atencao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf
Domingues RMSM, Leal MC. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no Brasil. Cad Saúde Pública. 2016; 32(6):e00082415. https://doi.org/10.1590/0102-311X00082415
Nascimento MI, Cunha AA, Guimarães EV et al. Gestações complicadas por sífilis materna e óbito fetal. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012; 34(2): 56-62. https://doi.org/10.1590/S0100-72032012000200003
Silva Neto SED, Silva SSBED, Sartori AMC. Syphilis in pregnancy, congenital syphilis, and factors associated with mother-to-child transmission in Itapeva, São Paulo, 2010 to 2014. Rev Soc Bras Med Trop. 2018; 51(6):819-826. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0377-2017
Ribeiro CF, Silva MN, Araújo LC et al. Fatores associados à sífilis congênita em um hospital público no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rev Ped SOPERJ. 2018; 18(4):2-9. http://dx.doi.org/10.31365/issn.2595-1769.v18i4p2-9
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Natália Caroline Serra Santana , Carolina Matteussi Lino, Andréa Tenório Correia da Silva, Marília Jesus Batista
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
The author must state that the paper is original (has not been published previously), not infringing any copyright or other ownership right involving third parties. Once the paper is submitted, the Journal reserves the right to make normative changes, such as spelling and grammar, in order to maintain the language standard, but respecting the author’s style. The published papers become ownership of RECI, considering that all the opinions expressed by the authors are their responsibility. Because we are an open access journal, we allow free use of articles in educational and scientific applications provided the source is cited under the Creative Commons CC-BY license.