Parasitoses intestinais em pacientes com AIDS e/ou HTLV: resultados de um hospital de referência em doenças infecciosas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v14i2.18715

Palavras-chave:

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Vírus Linfotrópico de Células T Tipo 1 Humano, Vírus Linfotrópico de Células T Tipo 2 Humano, Infecções Oportunistas, Doenças Parasitárias

Resumo

Justificativa e Objetivos: as infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e pelo Vírus Linfotrópico T Humano (HTLV) desencadeiam deficiências imunológicas, predispondo os indivíduos afetados a doenças oportunistas e exacerbando sintomas clínicos. Uma preocupação de saúde prevalente entre esses pacientes é a enteroparasitose. Esta pesquisa delineia o perfil de parasitose intestinal em pacientes diagnosticados com AIDS e/ou HTLV em um hospital especializado em doenças infecciosas em Alagoas. Métodos: esta análise quantitativa e transversal foi realizada de agosto de 2021 a maio de 2022, abrangendo pacientes diagnosticados com AIDS e/ou HTLV. O estudo empregou diversas avaliações coproparasitológicas, incluindo as técnicas de Hoffman, Pons e Janer, Baermann-Moraes e azul de metileno safranina, complementadas por exame macroscópico da consistência fecal. Essas avaliações foram executadas no Laboratório de Doenças Infecto-Parasitárias da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. O processamento dos dados foi realizado utilizando o Pacote Estatístico para as Ciências Sociais®. A aprovação ética foi obtida do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. Resultados: dos 77 participantes recrutados, 44 forneceram amostras fecais. Todos os participantes eram HIV-positivos, com predominância masculina. Enteroparasitas foram detectados em 27,27% das amostras. Notavelmente, Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar e Strongyloides stercoralis emergiram como o protozoário e helminto mais prevalentes, respectivamente. A técnica de Hoffman, Pons e Janer identificou com sucesso parasitas em todas as amostras positivas. Tratamento foi administrado a todos os pacientes com achados positivos. Conclusão: a significativa prevalência de parasitas oportunistas observada sublinha a criticidade da realização rotineira de exames coproparasitológicos em pacientes imunocomprometidos. Tais medidas proativas são essenciais para mitigar o risco de aumento da morbidade e mortalidade nessa população vulnerável.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Victória Santos, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió - AL, Brasil

Acadêmica do 6º ano do curso de Medicina da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

Fernando Maia, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió - AL, Brasil

Professor auxiliar de Microbiologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Médico infectologista da unidade de internação de adultos do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto (HEHA) e do ambulatório especializado em HIV/AIDS do mesmo HEHA

Lucas Silva, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió - AL, Brasil

Acadêmico do 6º ano do curso de Medicina da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

Anna Morais, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió - AL, Brasil

Técnica de laboratório na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e Professora efetiva na Escola Estadual Fernandina Malta.

Josenildo Silva, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió - AL, Brasil

Técnico de laboratório na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL).

Flaviana Wanderley, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió - AL, Brasil

Doutora em Biociência Animal pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Professora Titular de Parasitologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL).

Referências

Brasil. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos [Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2018. https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2013/hiv-aids/pcdt_manejo_adulto_12_2018_web.pdf/view

Sharp PM, Hahn BH. Origins of HIV and the AIDS Pandemic. Cold Spring Harb Perspect Med. 2011 Sep;1(1):a006841. https://doi.org/10.1101/cshperspect.a006841

Coffin JM. The discovery of HTLV-1, the first pathogenic human retrovirus. Proc Natl Acad Sci U S A. 2015 Dec 22;112(51):15525–9. https://doi.org/10.1073/pnas.1521629112

Gallo RC. The discovery of the first human retrovirus: HTLV-1 and HTLV-2. Retrovirology. 2005 Mar 2;2:17. https://doi.org/10.1186/1742-4690-2-17

Sepkowitz KA. Opportunistic Infections in Patients with and Patients without Acquired Immunodeficiency Syndrome. Clinical Infectious Diseases. 2002 Apr 15;34(8):1098–107. https://doi.org/10.1086/339548

Riccardi N, Rotulo GA, Castagnola E. Definition of Opportunistic Infections in Immunocompromised Children on the Basis of Etiologies and Clinical Features: A Summary for Practical Purposes. Curr Pediatr Rev. 2019 Nov;15(4):197–206. https://doi.org/10.2174/1573396315666190617151745

Giancane G, Swart JF, Castagnola E, et al. Opportunistic infections in immunosuppressed patients with juvenile idiopathic arthritis: analysis by the Pharmachild Safety Adjudication Committee. Arthritis Research & Therapy. 2020 Apr 7;22(1):71. https://doi.org/10.1186/s13075-020-02167-2

Dropulic LK, Lederman HM. Overview of Infections in the Immunocompromised Host. Microbiol Spectr. 2016 Aug;4(4):10.1128/microbiolspec.DMIH2-0026–2016. https://doi.org/10.1128/microbiolspec.DMIH2-0026-2016

Sant’Anna LML, Oliveira FJ, Melo CM. Estudo comparativo de técnicas parasitológicas baseada no princípio de sedimentação espontânea (Hoffman) e Parasitokit®. Scire Salutis. 2013 May 21;3(1):6–15. https://doi.org/10.6008/ESS2236-9600.2013.001.0001

Nakashima FT, Uchôa C. Técnica de Baermann modificada por Moraes [Internet]. 2020. http://atlasparasitologia.sites.uff.br/wp-content/uploads/sites/41/2020/09/Baermann.pdf

Huber F, Bomfim T, Gomes R. Comparação da eficiência da coloração pelo método da safranina a quente e da técnica de centrífugo-flutuação na detecção de oocistos de cryptosporidium em amostras fecais de animais domésticos. Rev Bras Parasitol Vet. 2004;13(2):81–4. http://www.ufrrj.br/rbpv/1322004/c13281_84.pdf

Kim HY. Statistical notes for clinical researchers: Chi-squared test and Fisher’s exact test. Restor Dent Endod. 2017 May;42(2):152–5. https://doi.org/10.5395/rde.2017.42.2.152

Agholi M, Hatam GR, Motazedian MH. HIV/AIDS-associated opportunistic protozoal diarrhea. AIDS Res Hum Retroviruses. 2013 Jan;29(1):35–41. https://doi.org/10.1089/AID.2012.0119

Kiros H, Nibret E, Munshea A, et al. Prevalence of intestinal protozoan infections among individuals living with HIV/AIDS at Felegehiwot Referral Hospital, Bahir Dar, Ethiopia. Int J Infect Dis. 2015 Jun;35:80–6. https://doi.org/10.1016/j.ijid.2015.04.012

Gholami R, Gholami S, Emadi-Kouchak H, et al. Clinical Characteristic of the HIV/AIDS Patients with Cryptosporidiosis Referring to Behavioral Diseases Consultation Center, Imam Khomeini Hospital, Tehran in 2013. Iran J Pathol. 2016;11(1):27–34. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4749192/

De A. Current laboratory diagnosis of opportunistic enteric parasites in human immunodeficiency virus-infected patients. Trop Parasitol. 2013;3(1):7–16. https://doi.org/10.4103/2229-5070.113888

Shimelis T, Tassachew Y, Lambiyo T. Cryptosporidium and other intestinal parasitic infections among HIV patients in southern Ethiopia: significance of improved HIV-related care. Parasit Vectors. 2016 May 10;9(1):270. https://doi.org/10.1186/s13071-016-1554-x

Donoghue M, Hsieh F, Baronas E, et al. A Novel Angiotensin-Converting Enzyme–Related Carboxypeptidase (ACE2) Converts Angiotensin I to Angiotensin 1-9. Circulation Research [Internet]. 2000 Sep [cited 2023 Mar 11];87(5). https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.RES.87.5.e1

Lengongo JVK, Ngondza BP, Ditombi BM, et al. Prevalence and associated factors of intestinal parasite infection by HIV infection status among asymptomatic adults in rural Gabon. Afr Health Sci. 2020 Sep;20(3):1024–34. https://doi.org/10.4314/ahs.v20i3.5

Barcelos NB, Silva LF, Dias RFG, et al. Opportunistic and non-opportunistic intestinal parasites in HIV/ AIDS patients in relation to their clinical and epidemiological status in a specialized medical service in Goiás, Brazil. Rev Inst Med trop S Paulo. 2018 Mar 8;60:e13. https://doi.org/10.1590/S1678-9946201860013

Núñez L, Pocaterra LA, Ferrara G, et al. Estrongiloidiasis en inmunosuprimidos. Bol venez infectol. 2017;134–41. http://fi-admin.bvsalud.org/document/view/zc4mw

Rivas-Godoy AF, Izaguirre-González AI, Maradiaga-Reyes EF, et al. Estrongiloidiasis diseminada en una paciente con infección por el virus de la inmunodeficiencia humana (VIH). Med interna Méx. 2018;973–7. https://doi.org/10.24245/mim.v34i6.1978

Donohue RE, Cross ZK, Michael E. The extent, nature, and pathogenic consequences of helminth polyparasitism in humans: A meta-analysis. PLoS Negl Trop Dis. 2019 Jun;13(6):e0007455. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0007455

Brum JWA, Conceição AS, Gonçalves FVC, et al. Parasitoses oportunistas em pacientes com o vírus da imunodeficiência humana. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. 2013;11(3):280–8. https://www.sbcm.org.br/ojs3/index.php/rsbcm/article/view/16

Antunes L, Vieira JN, Pereira CP, et al. Parasitos em hortaliças comercializadas no sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista de Ciências Médicas e Biológicas. 2013 Aug 21;12(1):45–9. https://doi.org/10.9771/cmbio.v12i1.6543

Vergaray S, Corcuera-Ciudad R, Paima-Olivari R, et al. Parasitosis intestinal y estado inmunológico en pacientes adultos con infección por VIH del Centro Médico Naval “Cirujano Mayor Santiago Távara.” Horizonte Médico (Lima). 2019 Jan;19(1):32–6. https://doi.org/10.24265/horizmed.2019.v19n1.06

Batista FS, Miranda LS, Silva MBO, et al. Chronic Cystoisospora belli infection in an HIV/AIDS patient treated at the specialized assistance service in Porto Velho County - Rondônia. Rev Soc Bras Med Trop. 2019 May 16;52:e20180204. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0204-2018

Publicado

2024-06-18

Como Citar

Santos, V., Maia, F., Silva, L., Morais, A., Silva, J., & Wanderley, F. (2024). Parasitoses intestinais em pacientes com AIDS e/ou HTLV: resultados de um hospital de referência em doenças infecciosas. Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 14(2). https://doi.org/10.17058/reci.v14i2.18715

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL