Sepse precoce em prematuros de Unidades de Terapia Intensiva Neonatal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v14i3.18920

Palavras-chave:

Recém-Nascido Prematuro; Sepse Neonatal Precoce; UTI neonatal; Estudos Longitudinais

Resumo

Justificativa e Objetivos: apesar dos grandes avanços na assistência neonatal, os óbitos nesse período etário continuam elevados em todo o mundo, destacando-se a prematuridade e a sepse neonatal como as principais causas. Este estudo objetivou avaliar a incidência de sepse neonatal precoce e os fatores de risco materno e neonatal associados de prematuros internados nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais em uma cidade no interior da Bahia. Métodos: estudo de coorte não concorrente, incluindo 268 prematuros internados no dia do nascimento, entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017, acompanhados no período neonatal. Foram calculados a incidência de sepse neonatal precoce e seus fatores de risco. Utilizou-se, para análise multivariada, a regressão de Poisson com variância robusta, obtendo-se estimativas do Risco Relativo (RR) e dos respectivos Intervalos de Confiança (IC) de 95%. Considerou-se significância estatística quando valor de p ≤ 0,05. Resultados: incidência da sepse precoce foi 38% (102), sendo que 12,3% (33) tiveram sepse tratada pela clínica e 25,7% (69) apresentaram, também, pelo menos uma alteração laboratorial. O diagnóstico de sepse precoce presumida foi identificado em 63,4% (170); nenhuma sepse foi confirmada com cultura; e a sepse foi afastada em 25,5% (68) dos prematuros. Associaram-se positivamente ao desfecho nascer de parto vaginal (RR: 1,53; IC95%: 1,19-1,97), idade gestacional menor que 32 semanas (RR: 1,86; IC95%: 1,35-2,57), menor que 28 semanas (RR: 2,16; IC95%: 1,59-2,94) e Apgar 5º minuto menor que 7 (RR: 1,45; IC95%:1,14-1,83). Conclusão: houve elevada incidência de sepse precoce, comparada com as pesquisas internacionais e nacionais. Os resultados sugerem necessidade de estratégias para a prevenção da prematuridade e melhoria da assistência durante o parto.

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Biografia do Autor

Dra. Danielle Souto de Medeiros, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Universidade Federal da Bahia, Vitória da Conquista, BA, Brasil

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2001), mestrado em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2008) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (2013). Atualmente é professora adjunta do Instituto Multidisciplinar em Saúde, Universidade Federal da Bahia (IMS-UFBA). É docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do IMS-UFBA e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia

Professora Verônica Cheles Vieira, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Universidade Federal da Bahia, Vitória da Conquista, BA, Brasil

Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2007). Residência em Pediatria e Neonatologia na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna -BA.
Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Título de Especialista em Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Mestre em Saúde
Coletiva Campus Anísio Teixeira Universidade Federal da Bahia - UFBA-BA. Doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros-MG. Atualmente é
professora auxiliar dos cursos de Medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e do Instituto Multidisciplinar em Saúde/ Campos Anísio Teixeira/ Universidade
Federal da Bahia.

Dra. Carla Silvana de Oliveira e Silva, Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Montes, Montes Claros, MG, Brasil.

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1997), especialização em Enfermagem em Saúde Pública pela Escola de Enfermagem da UFMG (1999), Mestrado em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (2010) e Doutorado em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (2013).Pós-doutorado pela Universidade Federal de Saõ Paulo. Atualmente é Professora do ensino Superior da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES. professora permanente do programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, Tem experiência na área de Enfermagem. Atuando principalmente nos seguintes temas: saúde do adulto, saúde do idoso, semiologia e semiotécnica da enfermagem e gestão de serviços de saúde.

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Publicado

2024-09-12

Como Citar

Cristina Gomes Lima, R., Souto de Medeiros, D., Cheles Vieira, V., & Silvana de Oliveira e Silva, C. (2024). Sepse precoce em prematuros de Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 14(3). https://doi.org/10.17058/reci.v14i3.18920

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL