Soroprevalência do SARS-CoV-2 em adultos nas cidades de Mariana e Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v15i1.19515Palavras-chave:
Infecções por coronavírus, Estudos soroepidemiológicos, Fatores socioeconômicos, Pesquisas em saúdeResumo
Justificativa e Objetivos: No início da pandemia, a ausência de um protocolo nacional de vigilância e controle epidemiológico dificultou a compreensão da verdadeira prevalência da COVID-19 no Brasil. Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência de anticorpos anti-SARS-CoV-2 e descrever o perfil sorológico de acordo com as características socioeconômicas, geográficas e de saúde das cidades de Mariana e Ouro Preto, Minas Gerais. Métodos: Uma pesquisa sorológica transversal de base populacional foi realizada com 1.762 adultos, entre outubro e dezembro de 2020. Um teste rápido imunocromatográfico qualitativo foi usado para avaliar a infecção; foram realizadas análises de georreferenciamento e inferência estatística. Resultados: A prevalência de infecção foi de 5,2%. A análise multivariada revelou que a menor renda familiar per capita (≤ 0,5 salário mínimo) (OR: 0,27; IC95%: 0,13-0,59), a maior densidade de ocupantes por quarto (≥ 0,5) (OR: 0,47; IC95%: 0,23-0,97) e o contato prévio com casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 (OR: 2,58; IC95%: 1,16-5,73) foram significativamente associados à soropositividade. Os indivíduos soropositivos relataram frequências mais altas de fadiga (14,8%), dispneia (9,3%), ageusia (9,3%) e anosmia (8,8%), além de menor escolaridade (p=0,024), menor renda familiar per capita (p=0,018) e maior número de comorbidades (p=0,041). Foi observada uma distribuição geográfica heterogênea, com concentrações em setores censitários com renda média de um a três salários mínimos. Conclusões: O estudo destaca uma distribuição heterogênea da infecção por SARS-CoV-2, com indivíduos soropositivos predominantemente de segmentos socioeconômicos mais baixos e apresentando maiores vulnerabilidades de saúde. Esses achados enfatizam a necessidade de estratégias e intervenções de saúde pública direcionadas para melhorar a vigilância de doenças e mitigar as disparidades de saúde em contextos semelhantes.
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