A biopolítica e seus instrumentos de regulamentação: instituições regionais e suas estratégias de planejamento científico-político

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/redes.v24i3.11255

Palavras-chave:

sementes, subjetividade, ecogovernamentalidade, redes regionais

Resumo

O debate sobre o direito ao acesso dos povos agricultores às sementes conservadas em instituições públicas no Brasil ganhou visibilidade por meio das políticas públicas e instrumentos jurídicos nacionais. No entanto, diante do cenário de restrições que o país está vivenciando, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica – PLANAPO - o principal plano de ações que estimula a abertura dos bancos de germoplasma institucionais, encontra-se estagnado. Essa pesquisa tem como tema central, as relações de poder construídas entre pesquisadores – como representantes - da Embrapa, organizações sociais e instituições federais e internacionais, no que se refere às questões que permeiam o mundo dos materiais genéticos. Busca compreender e analisar as interações da instituição Embrapa, em níveis local, regional e global, e os avanços e retrocessos, no contexto atual político, no que diz respeito à abertura dos Bancos de Germoplasma - BAGs - para a sociedade civil. Questiona como é possível pensar em ações que garantam o acesso desses povos as coleções de sementes na Embrapa. Como as políticas e os mecanismos legais sobre os materiais genéticos têm afetado o desenvolvimento das pesquisas e, as suas interações com a sociedade. Para tanto, procura analisar as informações empíricas sob a ótica teórico-metodológica de autores cuja abordagem investigativa esta pautada nas relações de poder e conhecimento. Conceitos como biopolítica, subjetividade e ecogovernamentalidade são centrais na discussão do presente tema. Por fim, constata que tanto pesquisadores, quanto os povos agricultores têm subvertido os mecanismos de controle, construindo espaços de liberdade, o que configura uma alternativa para o desenvolvimento rural, no país.

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Biografia do Autor

José Carlos Gomes Dos Anjos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998). Pós-doutorado em Ecole Normale Superieure de Paris (2007). Atualmente é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul atuando na Pós-Graduação em Sociologia e Desenvolvimento Rural. Trabalha com Sociologia de elites e Relações Interétnicas, Políticas públicas, elites intelectuais, desigualdade racial.

Cristiane Tavares Feijó, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduada em Geografia Bacharelado e mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Realiza pesquisas com povos indígenas, identificando as diferentes estratégias de manutenção das sementes tradicionais e acesso ao germoplasma crioulo, sobretudo em bancos institucionais.

Irajá Ferreira Antunes, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas (1969), Bacharelado em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (2001), mestrado em Agronomy - University of Illinois (1978) e doutorado em Agronomia, àrea de concentração em Genética e Melhoramento de Plantas, pela Universidade de São Paulo - ESALQ (1992). Atualmente é pesquisador III da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Foi membro representante da comunidade científica junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança-CTNBio, de 2003 a 2005. Cidadão honorário do município de Sobradinho, RS, por relevantes serviços prestados ao município na condução de trabalhos de pesquisa com feijão; concedido em 2015. Campos de pesquisa atuais compreendem o melhoramento genético, a caracterização agronômica, nutricional, funcional e usos do germoplasma crioulo (sementes crioulas), resistência a estresses bióticos e abióticos e melhoramento participativo do feijão ( Phaseolus vulgaris L.) e identificação, caracterização e organização de guardiões de sementes.

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Publicado

2019-09-03

Como Citar

Dos Anjos, J. C. G., Feijó, C. T., & Antunes, I. F. (2019). A biopolítica e seus instrumentos de regulamentação: instituições regionais e suas estratégias de planejamento científico-político. Redes, 24(3), 295-312. https://doi.org/10.17058/redes.v24i3.11255